Agro

StoneX eleva projeção para açúcar no CS em 2021/22, mas ainda vê queda anual de 5,8%

A produção de açúcar no centro-sul do Brasil deve alcançar 36,1 milhões de toneladas na safra 2021/22, que se inicia oficialmente em abril, estimou nesta quarta-feira a consultoria StoneX ao elevar sua projeção ante os 35,5 milhões vistos no levantamento anterior.

Apesar do avanço, motivado por preços atrativos para o adoçante, valorização do dólar que favorece a exportação e aumento do mix de produção das usinas para açúcar, o resultado ainda deve representar uma queda de 5,8% quando comparada ao ciclo anterior.

“É importante considerar que as chuvas ao longo da temporada chuvosa (out-mar) no centro-sul registraram queda de 25,1% frente à normalidade, totalizando 767,4 mm, o que deve pesar sobre a produtividade dos canaviais que serão colhidos a partir de abril”, explicou a consultoria em nota sobre o cenário da próxima safra.

Neste contexto, a perspectiva da StoneX para moagem de cana no centro-sul foi reduzida para 586,1 milhões de toneladas, ante 590 milhões estimadas em janeiro. Em relação a 2020/21, a projeção indica queda de 3,3%.

A expectativa de produtividade medida pelos Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) permaneceu estável em 139,7 kg por tonelada ante o levantamento anterior, mas é 3,5% inferior a 2020/21.

Com base no cenário global de oferta e demanda que indica déficit de 3,2 milhões de toneladas para o adoçante na temporada de 2020/21, ligeiramente abaixo dos 3,3 milhões vistos em janeiro, mas 700 mil toneladas acima da safra anterior, a StoneX espera que os preços do açúcar continuem sustentados nos próximos meses.

“Considerando a menor oferta por importantes players globais, como Tailândia e União Europeia, bem como as dificuldades logísticas enfrentadas pela Índia para exportar a commodity… parece provável que o produto brasileiro continue assumindo papel de destaque no suprimento da demanda internacional, o que tende a contribuir para o estímulo a sua produção”, disse a consultoria.

Desta forma, a previsão para o mix de produção das usinas no centro-sul voltado para o processamento de açúcar foi elevada para 46,3% da matéria-prima, ante 45,2% na projeção anterior e 45,9% em 2020/21.

ETANOL

A produção de etanol de cana 2021/22 no centro-sul foi estimada em 25,8 bilhões de litros, uma queda ante os 26,6 bilhões projetados no último levantamento e baixa de 7,5% em relação à temporada anterior.

Deste volume, 16,6 bilhões de litros correspondem ao etanol hidratado, redução de 12% ante a safra anterior, e 9,2 bilhões ao anidro, alta de 2,1%.

Ao incluir a estimativa para o etanol de milho, a produção total do biocombustível deve alcançar 29 bilhões de litros em 2021/22, retração de 4,7% contra o ciclo anterior.

Por um lado, a consultoria disse que notou uma sustentação de preços a partir de meados de fevereiro, capaz de encurtar o prêmio do açúcar em relação ao biocombustível.

Em contrapartida, a StoneX ressaltou que o avanço da Covid-19 no Brasil impôs a retomada de medidas de isolamento social, com consequente queda da mobilidade urbana que, por sua vez, levou à baixa nos preços do etanol desde o início de março.

“As incertezas acerca desse cenário e seus desdobramentos podem continuar pressionando os preços do biocombustível, que também devem ser afetados pela entrada da nova safra”, disse.

“Vale notar que, em meio à desvalorização recente do etanol, o açúcar voltou a operar com prêmio elevado em relação ao biocombustível”, acrescentou a consultoria.

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