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Presidente da GM acredita que empresa pode crescer para além de carros e picapes

Pam Fletcher quer mudar a maneira como a General Motors faz dinheiro.

A veterana equipe de engenheiros de inovação global da GM está procurando novas empresas para expandir as fontes de receita da montadora para muito além da venda de veículos e está projetando novos empreendimentos, como serviços de entrega comercial e seguro de automóveis, para atender a mercados futuros no valor estimado de 1,3 trilhão de dólares.

Isso não inclui carros voadores, um setor de mercado que sozinho pode valer 1,3 trilhão de dólares, disse Fletcher, vice-presidente de Inovação da GM à Reuters.

Em uma videoconferência recente, a executiva contou silenciosamente antes de responder quantos empreendimentos sua equipe está conduzindo. “Pouco menos de 20”, afirmou.

O fato de que a GM está agora englobando suas próprias startups – com seu braço corporativo investindo em dezenas de outras – ressalta o esforço abrangente da presidente-executiva da empresa, Mary Barra, para reestruturar a maior montadora de automóveis dos Estados Unidos.

O objetivo é se tornar um fornecedor diversificado de serviços de mobilidade – o equivalente automotivo da Apple, com receita mensal ou trimestral vinda de softwares e serviços depois que o produto principal foi vendido.

Para fabricantes de veículos tradicionais como a GM, a Volkswagen e outras que tentam reformular e transformar seus negócios, essa tarefa é assustadora, comenta Evangelos Simoudis, autor e consultor em estratégia de inovação corporativa. “As tecnologias incorporadas em veículos baseados em software exigirão áreas de especialização que se encontram normalmente em empresas de tecnologia, não em montadoras”, afirmou.

O empenho de Barra para transformar o modelo de negócio centenário da GM já está gerando um impacto significativo – mesmo que o primeiro de uma nova geração de veículos elétricos prometidos pela GM ainda esteja a meses do lançamento. A empresa devolveu 24 bilhões de dólares aos acionistas em dividendos e recompras de ações entre 2014, quando a Barra assumiu, e o início de 2020. Mas essas recompras foram suspensas indefinidamente quando desde que a pandemia de Covid-19.

Agora, Barra disse à Reuters, a empresa usa seu dinheiro de forma mais produtiva: investe em veículos elétricos e na expansão das áreas de negócios, prometendo fontes de receita recorrentes. Os novos empreendimentos da GM podem adicionar dezenas de bilhões à receita futura da empresa, afirma a executiva, e aumentar as margens de lucro operacional para acima dos 8% atuais, que alcançou em 2020, e dos 10% que tem como meta de longo prazo.

“Temos grandes oportunidades de crescimento e diferentes iniciativas de negócios para investir”, disse ela em videoconferência.

O redirecionamento proposto por Barra, substituindo recompras de ações por investimento em serviços de receita recorrente, juntamente com um esforço para tornar a GM uma empresa totalmente de veículos elétricos até 2035, conseguiu em um ano o que uma década de cortes de custos e retorno de caixa para acionistas não conseguiu.

O preço das ações da GM nos últimos seis meses ultrapassou a média em que estava presa desde o IPO após ficar quase a beira da falência em 2010. As ações da GM atingiram uma máxima pós-2010 de 62,23 dólares em 18 de março e acumulam alta de quase 50% no ano.

Para ver o gráfico, clique aqui https://tmsnrt.rs/3cTW7cJ

Ainda assim, o valor de mercado de 90 bilhões de dólares da GM fica atrás da avaliação de 600 bilhões de dólares da Tesla por uma ampla margem, mostrando dúvidas entre os investidores de que um fabricante de Detroit de 113 anos possa competir com uma empresa do Vale do Silício de 18 anos que não tem tecnologia ou sobrecarga de força de trabalho para superar.

O esforço da CEO para reestruturar os negócios da GM depende de um corpo executivo que mistura profissionais de longa data da GM como ela – Barra trabalhou na empresa por 40 anos – e acionistas recentes de fora da indústria automobilística. “Estamos juntando pessoas que realmente entendem o negócio automotivo com pessoas que entendem essas outras áreas que consideramos oportunidades de crescimento”, afirma Barra.

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