Brasil

Desmatamento precisa cair entre 15% e 20% ao ano para zerar até 2030, diz Mourão

O vice-presidente Hamilton Mourão, coordenador do Conselho Nacional da Amazônia, afirmou nesta sexta-feira que o Brasil precisa reduzir o desmatamento entre 15% e 20% ao ano, em relação aos números registrados entre 2019 e 2020, para alcançar a meta de zerar o desmatamento ilegal até 2030.

“Hoje temos uma faixa de 10 a 11 mil km² de desmatamento por ano. Dez por cento disso é legal e o restante seria ilegal. Então nossa visão é que temos daqui até o final da década que reduzir de 15% a 20% por ano em relação ao desmatamento ocorrido no período de 2019 e 2020”, disse Mourão em entrevista à rádio Gaúcha.

A meta foi apresentada pelo presidente Jair Bolsonaro esta semana, em uma carta enviada ao presidente norte-americano, Joe Biden, em meio a negociações em que o governo brasileira tenta obter recursos dos Estados Unidos para apoio a medidas para reduzir o desmatamento.

Mais cedo, em conversa com jornalistas na sua chegada ao Palácio do Planalto, o vice-presidente disse ainda que estão sendo feitos estudos para uma eventual manutenção das Forças Armadas em operações de vigilância na Amazônia e que isso pode ser necessário para atingir a meta planejada pelo governo para 2030.

“A minha visão é que nós temos que chegar a julho com no mínimo 15% de queda no desmatamento. Então, se eu não vou conseguir cumprir essa meta, eu tenho que intensificar as ações”, disse Mourão a jornalistas.

A decisão ainda não foi tomada mas, caso seja, Mourão diz que as forças podem ser acionadas rapidamente.

“Tem estudo para isso caso a gente sinta que precisa reforçar as ações, a gente solicita ao presidente para prorrogar”, disse.

A operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) Verde Brasil 2 terminou este mês.

Ainda na entrevista à rádio Gaúcha, Mourão foi perguntado sobre o discurso do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que seria contrário ao que defende Mourão, de punições mais duras a desmatadores, Mourão afirmou ser o responsável pelas metas de redução de desmatamento.

“A responsabilidade pela aplicação (do plano contra desmatamento) é minha. É uma tarefa que presidente delegou a mim, para coordenar e integrar os esforços dos ministérios, independentemente das pessoas que estão ali”, afirmou.

O vice-presidente disse ainda que discorda do ministro em alguns pontos, mas concorda que o Brasil preservou sua floresta e deve receber recursos de países que poluíram mais por isso.

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