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Dólar vai às mínimas desde janeiro em meio a operações de fim de mês

O dólar voltou a cair e fechou numa mínima em mais de três meses ante o real nesta quinta-feira, com a moeda acelerando as perdas na reta final conforme os rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano foram às mínimas, o que reduziu o apelo pela divisa dos Estados Unidos.

O mercado de câmbio doméstico segue influenciado por operações de fim de mês relacionadas à Ptax e por expectativa de ingressos de recursos.

Este foi o último dia de maior liquidez do dólar futuro maio, com o giro a partir de sexta ficando concentrado no vencimento junho. O dólar pode seguir em queda caso investidores que estejam comprando rolagem de contratos futuros sejam “vencidos” pela baixa da moeda e revertam suas posições na Ptax de fim de mês, a ser definida na sexta.

A nova depreciação do dólar nesta quinta ocorreu depois de na véspera a moeda romper suas médias móveis de 100 e 200 dias (importantes suportes técnicos). Dez dias atrás, a cotação já havia deixado para trás sua média móvel linear de 50 dias.

“Acreditamos que isso possa dar mais força ao desempenho que temos visto ultimamente no real”, disseram estrategistas do Citi em nota. Eles afirmaram que, historicamente, tem funcionado estratégia de manter posição vendida em dólar contra o real por 20 dias após a moeda cair abaixo da média móvel de 50 dias, com taxa de acerto de 70%.

Desde o último dia 19, quando o dólar rompeu a média de 50 dias, a moeda recua 4,49%.

Nesta quinta, o dólar à vista caiu 0,49%, a 5,3347 reais na venda, menor patamar desde 26 de janeiro (5,3231 reais).

Apesar do alívio recente, o calendário eleitoral no Brasil tem dificultado análises mais benignas sobre a moeda para períodos mais amplos.

Nas contas do banco suíço Julius Baer, em três meses o dólar voltará a 5,55 reais, escalando para 5,80 reais ao fim de 12 meses, com o câmbio sentindo os problemas fiscais enquanto ganha tração a campanha para as eleições do ano que vem, combo que deve diminuir chances de aprovação de reformas ainda neste ano.

“Tem sido difícil falar sobre o cenário para o Brasil”, disse Mathieu Racheter, estrategista de mercados emergentes do Julius Baer. “No caso do real, os riscos especialmente do lado fiscal vão manter a moeda depreciada, apesar de por cálculos de câmbio justo (o real) estar desvalorizado.”

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