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Casais relatam perrengues e ciúme na 2ª temporada de Se Sobreviver, Case

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Testar o relacionamento vivendo pelado e com poucos suprimentos em uma reserva ecológica com praias e cachoeiras. Este é o desafio de quatro casais que toparam participar da segunda temporada do reality Se Sobreviver, Case, que estreia nesta quarta-feira (5), às 22h30 Multishow e tem dois episódios disponíveis no Globoplay+, canais para assinantes.

Nesta temporada, os casais Álisha e Gerson, Liwarie e Witch, Thais e Ricardo e Tuane e Jadson ficam 20 dias morando em um abrigo montado por eles utilizando poucos recursos. Sem nenhum preparo e treinamento, eles têm que suportar frio, sol forte, chuva, picadas de insetos e comida fracionada quando recebem da produção do programa. O fim do desafio não dá nenhum prêmio em dinheiro, mas eles descobrem se estão prontos se casar.

A terapeuta tântrica Álisha, 30, e o empresário Gerson, 35, de Curitiba, que namoram há seis anos, disseram que aceitar o convite para participar do programa foi a decisão mais difícil. Gerson chegou a dizer que esse seria o único reality show que não participaria na vida, mas acabou topando o desafio.

“Pensamos que era uma experiência de casal, uma oportunidade única que jamais a gente se colocaria. A gente estava em um período monótono do relacionamento, era algo extremo, muito diferente. Pensamos: ‘Pior do que está, não fica'”, diz Gerson.

O perrengue do casal, que nunca tinha acampado nem tinha afinidade com o mato, começou assim que colocaram os pés na praia da reserva ecológica. “Não tinha nada fácil, de bom. Consigo enumerar poucas coisas. Sol, chuva, bichos, tudo o que você não tem controle”, afirma Gerson.

Para Álisha, a experiência no reality é uma mistura de filme de terror com adrenalina. “A natureza foi cruel, judiou do corpo, o sol judia muito, tudo parecia que estava contra. Tinha bastante insetos, borrachudos. O maior desafio foi ver o corpo sofrendo e o mais interessante foi resgatar a rede de apoio e cumplicidade [no relacionamento]”, afirma.

Logo na chegada à reserva ecológica, os casais tiram as roupas e depositam em uma caixa e pegam os itens básicos de sobrevivência: um facão, três palitos de fósforo, panela, sisal e lenha, além do pergaminho com o mapa do local onde devem montar o acampamento.

Diariamente, os participantes são surpreendidos pela caixa que pode ser abastecida com alimentos e itens básicos de sobrevivência ou estar vazia. Os poucos alimentos que eles recebiam tinham que fracionar para durar mais dias porque não sabiam quando receberiam mais. Álisha diz que encontrar a caixa vazia tornava o desafio ainda mais difícil.

“Tive vontade de desistir várias vezes, uma mais forte que a outra, fome e todo o resto deixava o emocional fragilizado. Tentei usar técnicas para não depender 100% da caixa, o Gerson teve ideias que eu não apoiei e consegui superar”, fala Álisha.

O casal teve que usar a criatividade para montar um abrigo com bambu e cipós das árvores para se proteger do calor, da chuva e do frio. “A região tem dois extremos de temperatura: 33°C com sol e sensação térmica de 40°C. Quando chovia era muito frio e com o corpo molhado não adiantava a fogueira, não era o suficiente [para aquecer]”, diz a terapeuta.

Gerson revela que soube lidar bem com a fome, mas o frio foi uma das maiores dificuldades que enfrentou durante os 20 dias. Por isso, ele diz que cuidava do fogo com uma criança, dia e noite. “Aprendi a colocar madeira na fogueira para não apagar, tem que ter muita lenha. O mar trazia muito lixo na praia e era fácil para conseguir lenha”.

ATRITOS E CIÚMES

Os casais também tiveram que se separar em vários momentos, como nas visitas a outro abrigo para a troca de algum alimento ou objeto. Um deles seguia ao acampamento de outro casal, também desconhecido para eles, para o escambo, enquanto o outro permanecia no abrigo.

Gerson diz que não gostou da dinâmica de se separarem no momento em que os dois mais precisavam um do outro. “Não foi fácil no escambo, é uma situação totalmente fora de controle, bem complicada, com ideias diferentes, começa a dar atritos”.

Neste momento, surgiram conflitos, como a comparação com os outros e a insegurança do parceiro estar dormindo com outra pessoa colocando a fidelidade à prova. A terapeuta tântrica admite que ficou muito aflita ao imaginar que o namorado estaria sozinho com outra pessoa e que poderia dormir de “conchinha” para se aquecer. “Eu ficava com medo de mim, eu sou a ciumenta [da relação]”.

Álisha diz que no final as brigas aconteceram mesmo por causa das pequenas coisas, devido à situação extrema na qual tudo ganhava uma proporção muito maior. “Eu sou uma pessoa muito paciente, chegou um determinado momento que pequenas coisas me tiravam do sério”, afirma.

Apesar de todos os perrengues, o casal não se arrepende da experiência e garante que conseguiu descobrir qualidades no parceiro que no dia a dia às vezes não enxergava. “Tiveram vários momentos em que eu fiquei muito orgulhosa do Gerson e [pude falar de] defeitinhos que, em seis anos de relação, não tinha tocado no assunto. Foi uma terapia em vários momentos”, enfatiza Álisha.

Gerson descobriu que a namorada é uma mulher muito mais forte, diferente daquela que era insegura no dia a dia, que tinha medo de dirigir um carro. “A relação saiu muito mais fortalecida, a gente quer estar junto, eu descobri uma mulher forte, mais determinada e corajosa”.

“Eu não participaria de um programa desse a não ser pelo relacionamento”, enfatiza Gerson. Álisha admite que talvez faria tudo de novo. “Não me arrependo, tenho cicatrizes e manchas no corpo que quando eu olhar vou ter uma sensação boa”, afirma.

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