Agro

Mercado de carne na Argentina sairá fortalecido após ação do governo, diz Minerva

As recentes restrições impostas pelo governo da Argentina sobre as companhias de carnes que atuam no país tendem a estreitar o número de empresas formais no mercado e fazer com a que o setor saia fortalecido, afirmou nesta quarta-feira o CFO da Minerva Foods, Edison Ticle.

Ele se referia ao restabelecimento de registros de exportação de carnes, anunciado em abril.

Ticle lembrou que a Argentina é um país com uma taxa de câmbio sensivelmente inferior à média do mercado e isso tornou-se um “incentivo perverso” para a entrada de intermediários no comércio de carnes com o objetivo apenas de arbitrar moeda.

Segundo o executivo da maior exportadora de proteína bovina da América do Sul, com operação argentina por meio da subsidiária Athena Foods, alguns players de fora do setor de alimentos entravam comprando e vendendo carnes para ganhar no câmbio.

“Algumas (dessas) empresas não conseguem cumprir os requisitos legais do país, obviamente não é o caso da Minerva e outros grandes players”, disse Ticle em entrevista concedida ao portal de internet da Suno Research.

“O governo baixou medidas para tentar coibir esse tipo de prática”, acrescentou.

Além das restrições, na semana passada, a Argentina anunciou uma suspensão por 30 dias das exportações de carnes, como estratégia emergencial para conter a inflação no preço local da proteína bovina.

Para o CFO, após este período, devem restar menos empresas com licenças para exportar e as que permanecerem terão mais poder de barganha para conseguir preços e margens atrativas.

“Nesse sentido, vemos como bem-vindas as medidas do governo… Achamos que o mercado sai mais fortalecido, mais formalizado e as empresas que saírem disso vão sair mais fortalecidas.”

Atualmente, a operação na Argentina representa cerca de 10% da receita consolidada da Minerva Foods.

Logo após a suspensão de embarques, a companhia afirmou em comunicado que utilizaria sua diversificação geográfica para atender os clientes internacionais pelas unidades do Uruguai, Paraguai, Brasil e Colômbia.

A empresa ainda ressaltou no comunicado que também possui uma sólida atuação no mercado doméstico argetino através da Swift, uma das marcas mais conhecidas no país.

DIVERSIFICAÇÃO

Sobre o aceno da concorrente Marfrig Global Foods para a diversificação de proteínas, com a aquisição de 24% da BRF, o executivo da Minerva disse que não vê sentido, para a companhia, para se ter investimento em bovinos, aves e suínos, sem que haja uma fusão entre as empresas.

“Não se deve esperar isso da Minerva no médio e longo prazo”, afirmou ele.

Ticle ainda negou que alguma proposta formal da Marfrig tenha chegado à Minerva, antes da compra de ações da BRF, conforme rumores que circularam no mercado.

Segundo ele, a única estratégia que faria sentido para a Minerva seria a ampliação da diversificação geográfica, com operações na Austrália e Estados Unidos, que também são importantes fornecedores globais de carne bovina.

(Por Nayara Figueiredo)

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