Economia

ENTREVISTA-LOG revisará novamente plano de crescimento, diz CEO

A LOG Commercial Properties revisará novamente seu plano de crescimento até 2024, respondendo à forte demanda do setor de comércio eletrônico provocada pela pandemia de Covid-19 e respectivas medidas de restrições de circulação.

Anunciado em 2019, com meta de 1 milhão m2 de área bruta locável (ABL) e investimentos de 1,5 bilhão de reais, a estratégia foi revisada no fim de 2020 para 1,4 milhão de m2 de ABL e 2,2 bilhões de reais, mas já está ultrapassado.

Neste segundo trimestre, de acordo com o presidente-executivo da desenvolvedora de ativos logísticos greenfield e locadoras de galpões de alto padrão, foi fechado um novo projeto “built to suit” (BST) de 100 mil m2.

Na operação BST, o cliente assina um pré-contrato com a companhia, normalmente usado para operações representativas.

“Ele (o plano) já está em 1,5 milhão de m2”, afirmou Sergio Fischer à Reuters na terça-feira, acrescentando que o valor também já está na faixa de 2,35 bilhões de reais. E há outros projetos sendo negociados, emendou.

“Tomara que feche mais coisas para poder divulgar essa revisão.”

Para executar esse plano, o executivo afirmou que a companhia deve pisar no acelerador na estratégia de reciclagem de ativos, uma vez que tem observado spread muito saudável e obtido margens brutas elevadas nas últimas operações.

Na véspera, a LOG, que tem a família Menin como maior acionista, anunciou acordo para a venda do ativo BTS Extrema para o fundo de investimento imobiliário (FII) BM II por 272,7 milhões de reais, resultado em uma margem bruta de 44% sobre o montante investido.

Outro caminho da reciclagem contempla o FII LOGCP Inter, criado no fim de 2019 como um veículo para receber ativos da LOG, com patrimônio líquido atual ao redor de 260 milhões de reais, mas capital autorizado de 2 bilhões de reais.

Também no radar está nova emissão de dívida no segundo semestre, depois de a empresa ter captado 250 milhões de reais em março, com a colocação de debêntures.

“É bem provável que vamos fazer novas operações de dívida para manter um caixa mais alto, ou ir para uma reciclagem adicional. A gente quer isso, e no segundo semestre vamos divulgar alguma coisa nesse sentido sim”, afirmou.

No caso apenas da estratégia de reciclagem, ele afirmou que a ideia é manter uma venda normalizada anual perto de 500 milhões de reais.

OFERTA DE AÇÕES

Uma oferta de ações para levantar capital também não está descartada, mas Fischer sinalizou que uma operação nesse sentido não deve ocorrer com o preço atual das ações. Na véspera, LOG ON fechou a 31,72 reais.

“Com o papel no nível que está hoje, não… Isso pode mudar se a gente entender que o papel está subindo, chegando dentro das expectativas dos acionistas”, afirmou.

Em março, a LOG chegou a anunciar uma oferta primária de ações com esforços restritos de até 21,6 milhões de papéis, mas cancelou a operação porque investidores queriam um desconto muito grande.

“Resolvemos não seguir porque temos alternativa, de pegar mais dívida ou vender mais ativo, e foi o que acabamos fazendo”, acrescentou.

E-COMMERCE

Com as principais plataformas de comércio eletrônico no seu portfólio, a LOG não enxerga uma mudança na tendência acelerada pela pandemia no país, que fez todo o comércio se reorganizar e investir na multicanalidade.

Além disso, acrescentou, a participação do e-commerce na venda total do varejo no Brasil ainda é muito baixo.

Números sobre a vacância da empresa endossam a perspectiva de que a demanda continuará aquecida. Após terminar o primeiro trimestre com uma taxa de 2,58%, Fischer sugeriu que o percentual do segundo trimestre deve vir melhor.

A companhia, segundo o executivo, também tem recebido cada vez mais pedidos para operações espalhadas pelo país do setor de e-commerce – que respondeu por 2/3 das suas locações no primeiro trimestre. E está buscando ampliar sua área de atuação.

No momento, a empresa com sede em Minas Gerais está presente em todas as regiões do país, sendo 15 Estados e 35 cidades. Mas está negociando para entrar em Cuiabá, no Mato Grosso, e Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.

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