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SP antecipará em 1 mês a vacinação para todos: Acompanhe

SP antecipará em 1 mês a vacinação para todos: Acompanhe Governo de SP conta com entregas programadas do Ministério da Saúde e doses em estoque para antecipar calendário de vacinação contra Covid.

Eventuais atrasos nas entregas ao governo federal podem afetar o calendário estadual. Mais de 13% das vacinas recebidas pelo governo de SP ainda não foram repassadas aos municípios para aplicação. Governo de SP diz que, de um total de mais de 3 milhões de doses em estoque, 1,2 milhão vieram ‘carimbadas’ pelo Ministério e estão reservadas para a segunda dose de grupos que ainda não tiveram a vacinação iniciada.

A antecipação da vacinação contra Covid-19 em São Paulo, anunciada no último domingo (13) pelo governador João Doria (PSDB), deve contar com doses já em estoque no estado e, principalmente, com entregas programadas do Ministério da Saúde.

Desde o início do ano, o estado recebeu mais de 25,7 milhões de doses de vacinas contra Covid-19 do governo federal, e já repassou 22,2 milhões para os municípios, segundo dados extraídos na noite desta segunda (14). No entanto, mais de 3,5 milhões de doses que foram entregues para o estado ainda não foram repassadas para as cidades, ou ainda não tiveram o repasse registrado em sistema.

Na comparação com os outros estados, São Paulo está armazenando mais doses e distribuindo menos vacinas para as cidades. O estado é o 24º no ranking de distribuição de doses para os municípios, dentre 27 unidades federativas. A distribuição em São Paulo também está abaixo do percentual de repasse nacional, que é de 90,9%, na média de todos os 26 estados e Distrito Federal. Em São Paulo, o índice é de 86,2% nesta segunda (14).

Em entrevista ao G1, a coordenadora do Programa Estadual de Imunização, Regiane de Paula, explicou que, além de um “delay” dos sistemas que registram as doses repassadas às cidades, há ainda 1,4 milhão de vacinas que estão marcadas pelo Ministério da Saúde para serem usadas como segunda dose, e que por isso não são distribuídas para os municípios.

Há ao menos 1 milhão de vacinas em estoque que não foram designadas para a segunda dose. A antecipação da vacinação em São Paulo vai contemplar um público muito maior do que o total de doses armazenadas ou em processo de distribuição para os municípios. Isto significa que, para o adiantamento do calendário, o governo conta, majoritariamente, com novas entregas do Ministério da Saúde, e não com a diferença entre as doses recebidas e as repassadas para as cidades.

Apenas a faixa etária de 50 a 59 anos, sem comorbidades, que teve a vacinação antecipada para esta quarta-feira (16) no estado de São Paulo, conta com cerca de 3 milhões de pessoas.

Se considerados ainda os grupos que serão contemplados em seguida, o número de doses necessário supera em muito a quantidade de vacinas que o governo estadual ainda não repassou aos municípios. A vacinação de pessoas de 43 a 49 anos, marcada para começar no próximo dia 23, vai atingir mais 3 milhões de pessoas em São Paulo.

Apesar da diferença de mais de 3 milhões de doses entre as recebidas pelo estado e as repassadas para as cidades, a coordenadora do Programa Estadual de Imunização, Regiane de Paula, negou que haja represamento de doses. Segundo Regiane de Paula, descontadas as vacinas reservadas para a segunda dose e aquelas separadas para os grupos prioritários que começaram a vacinação nesta semana, ainda há as cerca de 1 milhão de doses em estoque.

Este valor é considerado, pelo governo de São Paulo, uma espécie de margem de segurança, ou “estoque zero”, como classificou a coordenadora do plano estadual.

“Conforme eu recebo vacina eu repasso em 48h pros meus grupos de vigilância epidemiológica. Então eu dependo do quantitativo de vacinas que chegam, e há semanas que chegam mais vacinas e semanas que chegam menos vacinas, e isso é um movimento como se fosse movimento de caixa”, explicou Regiane de Paula.

Idosos recebe vacina contra a Covid-19 em posto montado em sistema drive-thru no estacionamento do Shopping Aricanduva, na Zona Leste de São Paulo.

Atrasos

Como o cronograma de São Paulo considera, majoritariamente, as entregas programas pelo Ministério da Saúde, eventuais atrasos nas entregas ao governo federal podem afetar o calendário estadual.

O estado de São Paulo não informa quantas doses deve receber do governo federal no próximo mês, mas afirma que seu cronograma é feito com base em entregas programadas.

Nesta segunda (14) o Ministério da Saúde anunciou que a entrega de 3 milhões de doses da vacina da Janssen, que estava prevista para esta terça (15), seria adiada. Apesar disso, o ministro Marcelo Queiroga afirma que a remessa deve chegar até quarta (16). “Ainda não sei detalhes. Mas quarta deve chegar”, disse Queiroga.

Procurada pelo G1, a secretaria estadual da Saúde disse que o calendário está mantido, apesar do atraso na entrega de doses da Janssen.

“O Plano Estadual de Imunização (PEI) foi elaborado e é executado com base em monitoramento e planejamento, considerando sempre as perspectivas de envio de vacinas indicadas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) e os públicos-alvo da campanha”, disse a pasta.

O governo estadual disse também que conta com “a vinda da vacina da Janssen ainda para esta semana”.

“Atualmente, já há três imunizantes disponíveis na rede – vacinas do Butantan, Fiocruz/Astrazeneca e Pfizer -, com remessas periódicas para o Estado de São Paulo; além disso, gestores nacionais sinalizam a vinda da vacina da Janssen ainda para esta semana. A disponibilidade de cada dose de vacina, independentemente do produtor, segue crucial para que os brasileiros sejam imunizados com maior celeridade”, declarou em nota.

Ritmo de vacinação

Após ficar relativamente estável no início de junho, o ritmo de aplicação da primeira dose da vacina contra Covid-19 subiu na última semana. Neste domingo (13), a média móvel de sete dias foi de 160.319 vacinas de 1ª dose aplicadas diariamente, contra cerca de 120 mil aplicações diárias há 14 dias, o que demonstra uma tendência de alta.

Profissional de saúde manipula dose de vacina contra a Covid-19.

Aplicação das doses repassadas

Mesmo entre as doses repassadas pelo governo estadual às prefeituras, nem todas são aplicadas pelos municípios, e a variação entre as cidades é grande.

Até agora, 83% dos 21 milhões de doses distribuídas para os municípios já foram aplicadas no estado de São Paulo, mas enquanto alguns municípios declararam ter aplicado até mais doses do que receberam, outros disseram ter usado só pouco mais que a metade das doses recebidas até agora.

Caixas com doses da vacina Coronavac, do Instituto Butantan, contra a Covid-19 (Coronavírus), são entregues ao PNI (Programa Nacional de Imunizações) do Ministério da Saúde.

A cidade de Balbinos, no interior do estado, aplicou apenas 50,81% das 1.736 doses recebidas, segundo um ranking de aplicação de doses divulgado pelo governo estadual.

Outras cidades com percentual baixo de uso das doses recebidas são Rio Grande da Serra, com 59%, Embu-Guaçu, com 63%, e Vargem Grande Paulista, com 65%, todas na região metropolitana da capital.

Segundo a coordenadora do programa estadual de vacinação, o percentual mais baixo em cidades da região metropolitana é esperado porque, nesses lugares, há moradores que se vacinam em municípios vizinhos.

“É claro que em cidades da Grande SP você tem pessoas que vivem só dormem naquela cidade, e ela acaba tomando a vacina na capital. Mas a gente tem o tempo todo olhado para esse percentual, e conversado com as secretarias de saúde dessas cidades”, disse Regiane de Paula.

O ranking das cidades que mais usam as vacinas recebidas foi criado pelo governo estadual com o objetivo de estimular as prefeituras a aumentar o percentual de aplicação e a atualizar os dados nos sistemas de notificação oficiais. Fonte: G1

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