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Polícia Civil de SP faz megaoperação de combate ao tráfico de drogas na cracolândia

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Cerca de 500 homens das forças de segurança de São Paulo realizaram na manhã desta sexta (18) uma megaoperação para tentar prender 11 pessoas suspeitas de comandar o tráfico de drogas na região da cracolândia, no centro de São Paulo, todas ligadas ao PCC.

Três pessoas haviam sido presas até começo da tarde. Não houve registro de confrontos ou arrastões, como costuma acontecer após operações da polícia no local.

Além das prisões temporárias, também foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em endereços da cracolândia e, também, da Grande São Paulo de pessoas suspeitas de serem as responsáveis pelo abastecimento de drogas, especialmente crack, naquela região.

A operação, comandada pela Polícia Civil, foi batizada de “Caronte”, em referência ao barqueiro que, segundo a mitologia grega, conduz as almas do mundo dos vivos até o mundo dos mortos. Foram empregados cerca de 200 policiais, 150 policiais militares e 150 guardas-civis, além de veículos “caveirão” da Civil e helicóptero para acompanhar o avanço dos homens.

Linhas de ônibus do transporte coletivo que passam pela avenida Rio Branco foram desviadas.

Sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos na própria cracolândia, em hotéis e cortiços que, segundo a polícia, são utilizados pelos traficantes para armazenamento das drogas, e sete outros mandados em casas de traficantes na Grande São Paulo.

De acordo com o delegado seccional Roberto Monteiro, responsável pelos distritos da região central, as investigações vinham sendo conduzidas havia quatro meses e utilizaram policiais. “Os traficantes vendem abertamente ali 24 horas por dia, especialmente crack, mas também maconha e cocaína”, afirmou.

Ainda de acordo com a polícia, os traficantes usam os chamados “travessias” para que a droga possa passar pelo cerco da polícia até chegar aos hotéis. São utilizados para isso usuários de drogas que usam carroças de mão ou objetos como sofás ou geladeiras. “Esses hotéis viraram, infelizmente, quarteis generais do tráfico de droga.”

Monteiro afirma ainda que os suspeitos que não foram presos na operação desta manhã devem ser presos nas próximas horas ou próximos dias porque todas as viaturas das polícias Civil e Militar, além da GCM, terão fotos dessas pessoas.

“Nós vamos prendê-los. A ação na cracolândia também tem um efeito repressivo. Você tem que ter a força do estado presente ali, cumprindo as buscas e apreensões.”

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo nesta semana, o prefeito Ricardo Nunes (PMDB) afirmou que conversava com a Polícia Civil para realizar uma ação no local.

“Não consigo ver aquilo e me sentir confortável. A gente precisa resolver aquela situação”, disse.

Duas mil pessoas passam diariamente pela cracolândia e a tensão entre os frequentadores e as forças de segurança e outros agentes públicos é constante, principalmente durante a limpeza das ruas.

A truculência dos agentes levou a Promotoria dos Direitos Humanos a abrir uma ação civil pública para tentar impedir a atuação da GCM como força policial na cracolândia.

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