Economia

Câmbio apreciado reflete fluxo turbinado por commodities e crescimento, diz Campos Neto

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira que a recente trajetória de apreciação do câmbio brasileiro pode ser explicada, em parte, por uma melhora do fluxo financeiro.

Em entrevista coletiva remota para comentar o Relatório Trimestral de Inflação, Campos Neto disse que o aumento da entrada de recursos no país estaria refletindo uma reação defasada ao superciclo das commodities –evidenciada pelos números da balança comercial– bem como por uma procura de investidores por ativos que combinem crescimento com estabilidade fiscal.

“O crescimento tem sido reavaliado para cima, e a trajetória da dívida bruta tem sido, também, reavaliada para melhor. Então, nesse movimento de reprecificação de fluxos mundiais, o Brasil se saiu melhor e por isso que, mais recentemente, tem tido fluxos maiores, o que, obviamente, têm impacto na trajetória do câmbio”, explicou.

Ele também citou a tramitação da agenda econômica do governo, sugerindo que o noticiário em torno do andamento de reformas no Congresso pode ter influenciado positivamente o fluxo.

Questionado pela Reuters sobre se a autoridade monetária está “satisfeita” com o nível de valorização de real, em torno de 20% desde o mês de março, o presidente do BC voltou a pontuar que a dinâmica do câmbio é flutuante.

“Para o Banco Central, o câmbio é um ‘input’ e o que importa é o canal…do câmbio na inflação, na expectativa de inflação.”

Na manhã desta quinta, o dólar acelerou queda contra a moeda brasileira, chegando a aproximar-se dos 4,92 reais. O real já acumula valorização de 5,6% frente ao dólar até o momento neste ano.

(Por Gabriel Ponte)

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