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Finalistas do Mestre do Sabor querem espantar preconceito e ter chance na TV

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Se depender dos finalistas da terceira temporada do Mestre do Sabor (Globo), suas trajetórias na competição serão importantes para ter sucesso fora dela. Expandir projetos, abrir restaurantes, espantar preconceito e até receber nova chance na emissora estão nos planos dos chefs que nesta quinta (22) disputam o prêmio de R$ 250 mil.

Um dos chefs que tentarão levar o troféu da temporada é Danilo Nakamura, 30, de Presidente Prudente, no interior de São Paulo. Com seis anos de experiência na gastronomia, ele atualmente se prepara para abrir seu restaurante de comida autoral e enxuta em Curitiba (PR).

“Aceitei esse desafio por causa do restaurante que estou abrindo em agosto. Estou apostando que um possível título do reality me traga retorno nessa questão”, almeja Danilo, que chegou à final após mandar bem num creme de feijão com salsinha, aspargo defumado, crocante de couve e vinagrete de hortelã.

Danilo revela que houve provas em que não conseguiu cozinhar bem, mas acredita que sua trajetória foi consistente. “Entre os pratos que fiz, 90% foram bons como eu queria. Na verdade, meu maior medo era cometer algum erro imaturo em rede nacional”, afirma o chef, orgulhoso de sua atuação.

Assim como Danilo, o recifense Carlos Eduardo de Lima Moura, o Cadu, 28, também foi escolhido logo na primeira prova da semifinal para ir direto para a final. Seu tartare de tomate com carambola chamou a atenção dos chefs Léo Paixão, Kátia Barbosa e Rafa Costa e Silva.

“Chegar à decisão, eu sempre quis, mas nunca imaginei. Nunca acreditei muito em mim. No começo estava levando tudo na brincadeira, pois meu sonho era estar na TV. Me inscrevi no BBB, inclusive. Não acreditava no que eu era capaz. Mas fui avançando e hoje sei que sou capaz”, diz o profissional com nove anos de cozinha e sub-chef de um grupo de restaurantes em Salvador (BA).

Na semifinal, o cozinheiro, que adora elevar a comida nordestina, lembra que estava muito confiante e tranquilo, algo que ele diz não ter sentido nas etapas anteriores. “Estou muito feliz por estar na final. Todos são muito fortes, gigantes. E se estou no meio dos gigante, sou um”, avalia Cadu cujo sonho após o término do reality gastronômico é ter um quadro na Ana Maria Braga.

A clientela do carioca Rodrigo Guimarães, 36, aumentou muito depois que ele começou a ser visto no Mestre do Sabor. Com 14 anos na gastronomia, Rodrigo atualmente vende comida autoral na forma de marmitas em um projeto de nome At Home, que ele pretende expandir após o fim do reality.

Nesta temporada, ele diz, o maior desafio foi com ele mesmo. “Controlar a ansiedade, minutos antes de entrar no palco, é uma tortura. Todos ficam pilhados para saber como vai ser a prova. E na final, ao vivo, os nervos vão ficar ainda mais à flor da pele”, sugere ele sobre a decisão desta quinta (22).

Para o cozinheiro, não há favoritos. “Quem tiver controle emocional vai se dar bem, pois todos cozinham muito. Caso eu vença, quero também criar um restaurante físico para continuar com a filosofia de entregar experiência às pessoas.” Na semifinal, o carioca foi muito elogiado ao apresentar uma barriga de porco com abóbora e espuma de requeijão defumado.

Representatividade. É isso o que faz da trajetória do mineiro de Paracatu Pedro Henrique Rodrigues Barbosa, 26, um sucesso. Chef do restaurante Maní, ele é um dos dois gays na decisão do Mestre do Sabor, ao lado de Cadu. Na visão dele, chegou a hora de mudar a cara da gastronomia no Brasil.

“A final tem dois gays e há 50% de chance de um deles vencer. É a oportunidade de a gastronomia mudar um pouco esse rótulo homofóbico, racista e machista que ainda existe. É lindo ver pessoas mandando mensagens falando que se sentem representadas por nós. Nosso lugar é no pódio”, diz. Na semifinal, Pedro preparou uma copa lombo com acelga recheada que fez os jurados lembrarem da vovó.

Ao contrário dos colegas, Pedro diz que sempre teve a pretensão clara de chegar à final. “Eu esperava chegar à decisão e meu coração está a mil. Entrei no programa fazendo a primeira sobremesa de todas as temporadas e deu certo. Agora, eu quero me jogar na confeitaria e, quem sabe, ter mais chances na TV também”, conclui ele que angariou muitos fãs na internet e em sua cidade natal.

EXPECTATIVAS DE CLAUDE

Para o apresentador Claude Troigros, 65, a cada temporada o jogo fica mais competitivo. Segundo ele, os cozinheiros chegam mais preparados e sabem controlar melhor o tempo e nervosismo.

Ele diz que também melhorou seu controle. “Depois de duas temporadas, eu estou mais seguro em gravar com tantas câmeras e conheço o programa muito bem. Assim, consigo ser mais espontâneo nas minhas ações e me concentrar mais no desenvolvimento profissional dos participantes”, avalia.

Claude opina que qualquer um dos competidores pode ganhar. A prova final terá uma parte gravada e a outra feita ao vivo. Para ele, Danilo explora bem os sabores orientais que ativam o sexto sentido. “Consegue alto nível de concentração e segura bem o estresse. Às vezes, erra por colocar pouco tempero.”

Na visão dele, Pedro cozinha com alegria e sabedoria e tem capacidade de se renovar rapidamente. Porém, tem dificuldade de concentração.

Rodrigo é um grande cozinheiro e técnico, segundo Claude. Ele avalia que o cozinheiro sabe se posicionar e harmonizar sabores como poucos. “Mas pode se perder com estresse”, diz.

Já Cadu, na visão de Claude, “cozinha com a felicidade baiana”. O chef aponta que o desafio dele poderá ser administrar o tempo na prova final.

AUDIÊNCIA

A média da terceira temporada ficou na casa dos 16,3 pontos na Grande São Paulo (cada ponto equivale a cerca de 76 mil domicílios). O índice é um pouco inferior às demais temporadas. A anterior, por exemplo, teve média de 18,5 pontos, com pico de 20,3 pontos na semifinal.

A média da primeira temporada do reality gastronômico ficou na casa dos 18 pontos. Além disso, o programa também teve bom desempenho no Globoplay na época, no qual teve crescimento de 90% na média de consumo diário na plataforma em relação à primeira edição.

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