Internacional

Um mês após protestos em Cuba, centenas de manifestantes continuam atrás das grades

Centenas de pessoas, incluindo dezenas de artistas dissidentes e ativistas de oposição, continuam detidos em Cuba, um mês após os inéditos protestos contra o governo comunista da ilha, de acordo com grupos de defesa dos Direitos Humanos.

Milhares foram às ruas do país no dia 11 de julho para protestar contra a grave crise econômica e as limitações aos direitos civis. O governo disse que os protestos foram fomentados por contra-revolucionários explorando as dificuldades causadas principalmente pelas sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos.

O grupo de Direitos Cubalex registrou cerca de 800 detenções, um número que tem crescido diariamente enquanto parentes de presos passam as informações. Muitos ainda estão com medo de reportar a prisão de seus familiares, disse a diretora da Cubalex Laritza Diversent.

Embora 249 pessoas tenham sido soltas, muitas delas colocadas em prisão domiciliar, muitas continuam em “prisão preventiva”, disse. O paradeiro de 10 pessoas é desconhecido.

Dezenas já foram sentenciadas a um ano de prisão ou a trabalhos correcionais em julgamentos sumários, com procedimentos simplificados e às vezes sem a chance de contratar um advogado de defesa a tempo, disse Diversent.

“O objetivo do governo é usar presos que protestaram como um exemplo, para impedir que outros façam o mesmo”, disse.

O governo não respondeu a pedidos por comentários para esta matéria.

As autoridades cubanas não deram um número total de pessoas presas nos protestos recentes, mas disse que até agora conduziu julgamentos para 62 pessoas, 22 delas contrataram um advogado. Todas, com exceção de uma delas, foram declaradas culpadas por crimes como desordem pública, resistência à prisão e vandalismo, disseram.

(Reportagem de Sarah Marsh e Reuters TV em Havana)

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