Economia

Brasil tem maior superávit em transações correntes para agosto em 15 anos, a US$1,684 bi

O superávit em transações correntes do Brasil foi de 1,684 bilhão de dólares em agosto, maior dado para o mês desde 2006 (+2,127 bi), afetado principalmente por uma melhoria nas trocas comerciais com o exterior.

Com isso, o déficit em transações correntes no acumulado em 12 meses caiu a 1,23%, frente a 1,30% em julho, ao menor patamar desde janeiro de 2018 (-1,11%).

O resultado de agosto veio melhor que o superávit de 1 bilhão de dólares esperado por analistas em pesquisa Reuters. Por sua vez, os investimentos diretos no país (IDP) alcançaram 4,451 bilhões de dólares, abaixo de expectativa no mercado de 6 bilhões de dólares. Para o mês de setembro, o BC projetou um déficit em transações correntes de 1,9 bilhão de dólares e IDP de 5 bilhões de dólares. Até o dia 21 deste mês, o fluxo cambial ficou positivo em 2,238 bilhões de dólares, disse ainda o BC.

DETALHAMENTO

Em agosto, o superávit da balança comercial subiu 14,2% ante igual mês do ano passado, a 5,648 bilhões de dólares.

Também contribuindo para o dado de transações correntes no mês, o déficit na renda primária diminuiu 8,2% na mesma base de comparação, a 2,601 bilhões de dólares.

Isso aconteceu sobretudo por menores despesas líquidas com juros, que somaram 794 milhões de dólares no mês, frente a 986 milhões de dólares um ano antes. As remessas de lucros e dividendos, por sua vez, ficaram praticamente estáveis a 1,817 bilhão de dólares, contra 1,859 bilhão de dólares em agosto de 2020.

Já o déficit na conta de serviços cresceu 8,6% em agosto na comparação anual, a 1,577 bilhão de dólares.

No mês, as despesas líquidas com viagens internacionais subiram a 195 milhões de dólares, ante 123 bilhões de dólares em agosto do ano passado, mas ainda permanecendo em um patamar baixo, num reflexo das restrições impostas pela pandemia de Covid-19.

INVESTIMENTOS EM CARTEIRA

Segundo informou o BC, os investimentos em carteira no mercado doméstico em agosto caíram a 1,196 bilhão de dólares, contra 2,345 bilhões de dólares um ano antes, compostos por um ingresso de 1,366 bilhão de dólares em títulos de dívida e saída de 170 milhões de dólares em ações e fundos de investimento.

No acumulado de janeiro a agosto, contudo, o saldo das entradas em carteira é positivo em 23,964 bilhões de dólares, ante saída de 28,281 bilhões de dólares em igual período de 2020.

(Por Marcela Ayres)

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