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Seleção varia estratégias na saída de bola para aumentar a criatividade

MANAUS, AM (UOL/FOLHAPRESS) – Tite já reconheceu publicamente que seu atual desafio no comando da seleção brasileira a um ano e um mês da Copa do Mundo do Qatar é aumentar a criatividade e o repertório ofensivo da equipe. Isso acontece por meio de novidades na escalação, como tem sido com Antony e Raphinha, e também de diferentes estratégias de jogo para surpreender o adversário.

Apesar de ter terminado empatada em 0 a 0, a partida do último domingo (10) contra a Colômbia mostrou que um destes sistemas tem potencial para dar resultado nos próximos desafios. A finalização de Antony defendida de forma magistral por Ospina aos 38 minutos do segundo tempo foi gerada num tiro de meta, teve participação de nove jogadores e 24 segundos de duração dos pés de Alisson até a conclusão.

O Brasil executou o que sua comissão técnica chama de “saída com seis”, ou saída sustentada. Segundo esta estratégia, quando a bola sai no tiro de meta, o time se organiza com sua linha de quatro e dois volantes para iniciarem a circulação.

Quando a bola está de um lado do campo, os jogadores do outro lado fecham espaços como precaução em caso de perda de posse —por isso o termo “sustentada”. Num cenário em que os passes precisam ser para frente para gerar jogo ofensivo e o adversário tenta apertar para tomar a bola, este plano de jogo ganha peso.

Nesta jogada específica, a opção foi desocupar a faixa do meio-campo e alargar o campo com quatro jogadores ofensivos: naquele momento, Raphinha, Lucas Paquetá, Neymar e Antony. A ideia era que houvesse mais espaço para a bola circular e foi exatamente o que aconteceu

De Alisson para Marquinhos, depois Thiago Silva, Alex Sandro, Fabinho, novamente Thiago Silva, Fred, Neymar, Raphinha e Antony, que apareceu nas costas da marcação. Para sorte da Colômbia, Ospina fez a diferença no lance.

Outra estratégia de saída de bola usada pelo Brasil contra a Colômbia já é conhecida de outros momentos: é a saída de três, que consiste no posicionamento do lateral-direito Danilo como um terceiro zagueiro, o que dá liberdade para o lateral-esquerdo —neste jogo, Alex Sandro— partir para o ataque. Marquinhos fica como um zagueiro mais central e Thiago Silva ou Éder Militão abre um pouco para ocupar a faixa esquerda.

Este tipo de saída de bola ocorre numa faixa um pouco mais avançada do campo do que a tal saída sustentada, já é fora da área. O Brasil usou essa estratégia nas primeiras rodadas das Eliminatórias e conseguiu bons resultados e bom desempenho. Na Copa América e nos desafios mais recentes testou outras formas de jogar, mas parece ter voltado ao que está mais automatizado.

A escalação de três zagueiros que está em alta no futebol europeu é uma cobrança frequente nas entrevistas coletivas de Tite, que não vê razões para mudar baseado no bom desempenho da defesa —nas Eliminatórias são oito de dez jogos sem ser vazado. O experiente Thiago Silva já acha que a saída de três é a aplicação do conceito de uma formação com três zagueiros que não altera a forma original de jogar.

“Temos característica para jogar em linha de quatro ou três, porque o Danilo dá esse suporte. Isso é questão de treinamento, fizemos com Danilo e estamos investindo nisso. Os mesmos jogadores podem fazer linha de quatro ou de três. Estamos automatizados com quatro. Com três encontraremos dificuldades no começo, então não tem porque mudar de imediato”, diz o jogador que tem atuado com frequência no Chelsea em linha de três.

Numa fase de construção e ajustes, como classifica Tite sobre o atual momento da seleção, novidades podem aparecer a qualquer momento para os olhares atentos. O Brasil se prepara agora para enfrentar o Uruguai na quinta-feira (14), a partir das 21h30 (de Brasília, na Arena da Amazônia.

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