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Sally Rooney, autora de ‘Pessoas Normais’, se recusa a publicar livro em Israel

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A escritora irlandesa Sally Rooney afirmou que não permitirá a publicação de seu mais recente livro, “Belo Mundo, Onde Você Está”, pela editora israelense que até então publicava a sua obra, informou o The New York Times nesta segunda (12).

A razão dada por Rooney é seu apoio ao povo palestino e a luta dele “por liberdade, justiça e igualdade”, nas palavras dela. A escritora alega também que a decisão vai ao encontro do seu apoio ao movimento “Boicote, Desinvestimento, Sanções”, o BDS, que, segundo descrição do seu site, “trabalha para acabar com o apoio internacional para a opressão dos palestinos de Israel e pressionar Israel a respeitar o direito internacional”.

A autora publicou em hebraico seus livros anteriores, “Pessoas Normais” e “Conversas com Amigos”. Embora diga que se orgulharia de ter seu mais novo romance também traduzido para a língua, ela escolheu não vender seus direitos de tradução para uma casa editorial situada em Israel.

“Eu não acho que seria correto de minha parte aceitar, no momento, um novo contrato com uma empresa israelense que não se distancia publicamente do apartheid e não apoia os direitos do povo palestino determinados pela ONU”, afirmou em email ao jornal.

Na mesma mensagem, Rooney citou um relatório da ONG Human Rights Watch segundo o qual as ações do governo de Israel coincidiam com a definição legal de apartheid.

Com 30 anos e já indicada ao Emmy pela adaptação televisiva de “Pessoas Normais”, a escritora é considerada um dos mais recentes talentos da literatura em língua inglesa. Seus primeiros romances a tornaram um fenômeno de vendas e foram profundamente discutidos pela crítica, que liga seu trabalho a questões que dizem respeito à sensibilidade de toda uma geração.

Deborah Harris, agente literária que publica autores internacionais em Israel, afirmou ao New York Times que a atitude de Rooney é contraproducente, já que seu público no país é composto por pessoas que já apoiam o Estado palestino. Segundo Harris, “o que a literatura deve fazer é alcançar o coração e as mentes das pessoas”.

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