Economia

Citi aumenta estimativas para inflação e dólar em 2022 com incertezas locais e exterior mais adverso

O Citi elevou seus prognósticos para a inflação ao consumidor e o patamar do dólar frente ao real em 2022, alertando para a permanência de incertezas político-fiscais domésticas e um cenário internacional mais adverso.

Agora, o credor privado espera que o IPCA suba 4,7% em 2022, patamar bem próximo do teto da banda de tolerância para a alta dos preços no ano que vem (5,00%). A meta para o IPCA de 2022 é de ​3,50%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Há menos de um mês, o Citi projetava acréscimo de 4,3% dos preços ao consumidor no próximo ano, embora já tivesse alertado sobre riscos de alta para a conta.

Expectativas de enfraquecimento do real, persistência dos altos custos de energia elétrica e possibilidade de maior inércia dos preços no ano que vem estão entre os motivos que justificam a revisão, segundo o Citi.

Além disso, “aumentos recentes nas expectativas de longo prazo de inflação para além do centro das metas fortalecem argumentos de que os significativos choques de preços atuais podem ter efeitos mais permanentes nas dinâmicas de inflação à frente”, escreveram os economistas do Citi Thais Ortega, Paulo Lopes e Leonardo Porto de Almeida.

A mais recente pesquisa Focus do Banco Central com economistas, publicada na segunda-feira, mostra expectativa de alta de 3,42% do IPCA em 2023 e de 3,10% em 2024. As metas para esses anos são, respectivamente, 3,25% e 3,00%.

Para este ano, o Citi manteve expectativa de alta de 10,4% do IPCA.

DÓLAR MAIS ALTO

O Citi também aumentou sua previsão para o patamar do dólar ao fim do ano que vem, esperando que a moeda fique em 5,59 reais, em meio a desafios tanto domésticos quanto internacionais. Em outubro, o banco privado projetava taxa de câmbio de 5,49 por dólar. O dólar à vista era negociado em torno de 5,62 reais nesta quarta-feira.

“O governo continua negociando uma solução legislativa para aumentar os gastos públicos em 2022, e, independentemente de qual acordo final permitirá que isso aconteça, alguma forma de relaxamento fiscal parece inevitável”, avaliaram os economistas do Citi.

“Enquanto isso, o cenário global deve continuar a ficar menos benigno para mercados emergentes, devido a uma desaceleração do crescimento, estabilização dos preços das commodities e provável normalização da política monetária dos Estados Unidos mais cedo do que o esperado.”

Para o fim de 2021, o Citi espera que o dólar fique em 5,56 reais. Em outubro, o banco privado projetava taxa de câmbio de 5,47 por dólar ao término deste ano.

(Por Luana Maria Benedito)

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