Economia

Dólar devolve perdas ante real com manutenção de expectativas sobre Fed após dados de emprego dos EUA

O dólar abandonou as perdas registradas contra o real mais cedo nesta sexta-feira, após um decepcionante relatório de empregos do governo dos Estados Unidos não conseguir reverter expectativas de aperto monetário mais cedo do que o esperado pelo banco central norte-americano, o Federal Reserve (Fed).

Às 12h28 (horário de Brasília), o dólar à vista tinha variação positiva de 0,01%, a 5,6589 reais na venda, depois de ter chegado a cair até 1,02% mais cedo, a 5,6018 reais, na esteira dos dados do mercado de trabalho norte-americano.

Esse comportamento estava em linha com a movimentação do índice da divisa norte-americana frente a uma cesta de seis rivais, que devolveu completamente as perdas apresentadas imediatamente após o relatório de emprego, subindo 0,29% por volta de 12h20.

Foram abertos 210 mil postos de trabalho fora do setor agrícola dos EUA no mês passado, informou o Departamento do Trabalho norte-americano em relatório conhecido como “payroll”. Economistas consultados pela Reuters esperavam geração líquida de 550 mil vagas.

Embora a leitura decepcionante tenha pressionado momentaneamente a moeda norte-americana no exterior, especialistas comentaram que o dado não deve minar expectativas do mercado de que o Fed acelerará o processo de redução de seus estímulos e elevará os juros mais cedo do que o anteriormente esperado.

O Fed condiciona o aperto de sua política monetária à recuperação do mercado de trabalho doméstico. Condições menos estimulativas no país, por sua vez, tendem a beneficiar o dólar.

Foi uma “criação de vagas bem menor do que o esperado”, mas o relatório geral “não foi tão ruim assim”, disse Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos. Ele chamou atenção para a baixa taxa de desemprego entre vários grupos sociais nos Estados Unidos, enquanto os ganhos médios salariais continuaram subindo.

“Entendo que o ‘payroll’ de hoje corrobora o plano de antecipar o (fim do) ‘tapering’ (processo de redução de estímulos) e começar a discutir alta de juros no segundo semestre do ano que vem ou até antes”, afirmou Cruz.

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