Economia

Varejistas nos EUA podem pagar o preço por temporada “estendida” de devolução de mercadorias

As políticas de prazo de devolução mais longo dos principais varejistas nos Estados Unidos, lançadas durante a pandemia neste ano para atrair consumidores, podem fazer com que eles enfrentem custos bem mais elevados, caso os compradores decidam devolver um recorde de 112 bilhões de dólares em presentes adquiridos durante a temporada prolongada de compras de fim de ano.

Os varejistas entraram na temporada de fim de ano de 2021 em meio a um impasse na cadeia de suprimentos, com estoques em níveis baixos não vistos desde 1992.

Muitos começaram as promoções de Natal já em setembro, para diluir o impacto causado pela falta de frete e mão de obra por mais meses do que os tradicionais dias de pico de compras que, nos EUA, ocorre entre o Dia de Ação de Graças e o Natal.

Os varejistas também atraíram compradores com políticas de devolução “estendidas”. Apple, Saks Fifth Avenue e Nike estão entre as redes que permitem aos compradores retornar suas compras de fim de ano após 60 ou 90 dias, em vez do padrão da indústria de 30 dias.

Mas esse processo de devolução estendido, que pode incluir custos de envio, taxas de limpeza e reembalagem, pode gerar despesas mais altas para os varejistas e pesar nas margens de lucro das empresas.

Sem a expectativa de diminuição dos gargalos na cadeia de abastecimento global até pelo menos 2023, o problema das “devoluções” não deve desaparecer tão cedo.

“O problema de devoluções provavelmente será uma grande área de foco nos próximos dois anos, uma vez que os custos associados à atividade devem impactar os lucros… significativamente”, disse Brian Kilcourse, analista da RSR Research, por e-mail.

A previsão é de que os compradores norte-americanos devolvam um recorde de 112 a 114 bilhões de dólares em mercadorias nas próximas semanas, representando um aumento de 24% a 27% sobre os retornos pós-feriado em 2019, de acordo com a B-Stock Solutions, que gerencia sites de venda online para varejistas, incluindo Walmart, Costco Wholesale e Best Buy.

Desse total, cerca de 43 a 45 bilhões de dólares em devoluções provavelmente serão de mercadorias compradas online, disse a B-Stock.

(Por Siddharth Cavale em Bengaluru e Arriana McLymore em Nova York; reportagem adicional de Lisa Baertlein em Los Angeles)

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