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Fim da Uber Eats ameaça encarecer comida, diz associação de restaurantes

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A decisão da Uber de encerrar as operações de entrega de comida de restaurantes pode ter impacto no preço cobrado pelos estabelecimentos. A avaliação é do presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), Paulo Solmucci. Ele diz que a decisão, anunciada na quinta-feira (6), foi uma “notícia horrorosa” para o setor.

“Vai ser péssimo para o setor e para o consumidor. O preço da comida pode aumentar, porque a oferta de prestadores [do serviço de delivery] diminui, e vamos ter que nos submeter ao preço que quiserem cobrar. No fim das contas, isso vai para o cardápio” afirma Paulo Solmucci, da Abrasel.

Segundo ele, o iFood domina aproximadamente 80% do mercado, o que mostra que há um “problema de concorrência” no segmento. “Temos uma preocupação muito grande com essa concentração de mercado. Hoje, pagamos uma taxa de 30% do faturamento [para as empresas de delivery]. É preciso aumentar a concorrência entre as plataformas”, diz Solmucci.

No anúncio do encerramento das operações, a Uber informou que a decisão ocorreu por uma “mudança de estratégia”. A partir de 7 de março, a Uber Eats ficará focada apenas na entrega de produtos de supermercados e outras lojas.

Ação contra concentração de mercado

No ano passado, a Uber se juntou ao Rappi em uma ação no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) contra o iFood. Na denúncia, a empresa questiona contratos de exclusividade firmados pelo iFood com restaurantes. A Abrasel também pediu para ser integrada ao processo.

“Acredita-se que o iFood possui, atualmente, cláusulas de exclusividade vigentes com 55% com os restaurantes top 100 do Brasil. E com seis das dez maiores pizzarias da cidade de São Paulo”, disse a Uber Eats no pedido.

A alegação é de que esses contratos de exclusividade são uma forma de conduta anticompetitiva.

À época, o iFood disse estar à disposição “para esclarecer quaisquer aspectos de suas atividades”. “O iFood reforça, ainda, estar convicto de que o mercado é saudável e que as suas políticas comerciais são benéficas a todas as partes do setor de alimentação, sobretudo restaurantes e consumidores.”, afirmou a empresa.

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