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Moro tem encontro com Joaquim Barbosa, ex-presidente do STF

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Pré-candidato à Presidência pelo Podemos, o ex-juiz Sergio Moro se encontrou, nesta segunda-feira (10), com o ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa. A pedido do próprio Moro, o encontro ocorreu no apartamento de Barbosa, no Rio.

O ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro procura um candidato ao governo do Rio de Janeiro, estado onde o Podemos mantém aliança com o atual governador, Cláudio Castro (PL).

Barbosa é mencionado por aliados de Moro como um nome que poderia ocupar esse papel. Mas a ideia não foi discutida com o comando do Podemos do Rio, que não foi informado do encontro.

A reunião integra a ofensiva do ex-juiz Moro diante da sua candidatura ao Palácio do Planalto.

Apesar da conversa, Barbosa sinalizou anteriormente resistência a uma aproximação política. Em 2018, chegou a ser cotado para ser candidato à Presidência da República pelo PSB, que atualmente negocia uma chapa com o ex-presidente Lula (PT).

Barbosa comandou o STF no julgamento do mensalão, que levou à condenação de petistas pelo esquema no governo Lula.

Nesta terça-feira (11), Moro voltou a acusar o presidente Jair Bolsonaro (PL) de “desmantelar” o combate à corrupção. Após criticar os governos Lula e Bolsonaro, Moro disse que, no seu projeto, não tem possibilidade de repetir esses crimes.

Em entrevista à CBN-Florianópolis, o ex-ministro disse não estar colocando seu nome à disposição como pré-candidato para “repetir mensalão do governo do PT”.

“Não estou colocando meu nome para repetir do governo atual esses esquemas de ‘rachadinha’, de ficar se apropriando do salário de subordinado como parlamentar, ou de desmantelar combater à corrupção, de ficar lidando com verba pública de forma pouco transparente”, afirmou.

“O combate à corrupção está no meu DNA. Não tem possibilidade de repetir esses erros. Erros não. É uma forma meio leve de dizer. Não tem possibilidade de repetir esses crimes no exercício do poder no meu projeto.”

O ex-juiz voltou a criticar a anulação de condenações da Lava Jato. “O STF comete um baita erro judiciário, um enorme erro judiciário, ao anular condenações por corrupção por questões meramente formais”. Segundo ele, esse é um grande erro judiciário “que faz a gente retroceder no combate à corrupção”.

No ano passado, Moro sofreu uma dura derrota no STF (Supremo Tribunal Federal), que o considerou parcial nas ações em que atuou como magistrado federal contra Lula. Com isso, foram anuladas ações dos casos tríplex de Guarujá, sítio de Atibaia e Instituto Lula pela Lava Jato.

Disposto a arrebanhar eleitores de Bolsonaro, Moro também busca apoio no seguimento evangélico. No dia 28 de dezembro, ele se reuniu com o pastor R.R. Soares, fundador da Igreja Internacional da Graça de Deus.

Filho do pastor, o deputado David Soares (DEM-SP), afirma que o ex-juiz “foi se apresentar e falar se suas propostas para o Brasil ao missionário, que o recepcionou e ouviu”.

Encarregado dessa articulação da pré-candidatura junto ao segmento evangélico, Uziel Santana, que presidiu a Anajure (Associação Nacional de Juristas Evangélicos), organizou o encontro ao lado da presidente do Podemos, deputada Renata Abreu (SP).

Segundo Uziel, “Moro está muito interessado em conhecer a pauta do segmento” e, desde novembro, já se reuniu com cerca de 40 líderes evangélicos. Além disso, Moro busca aliados na costura de uma aliança com o União Brasil, que será fruto da fusão do DEM com o PSL. Os filhos de R.R. Soares são filiados ao DEM.

“Entendo que ele está buscando uma frente ampla de apoios, inclusive do DEM, partido em que estou filiado”, diz David Soares.

Para Uziel, essa conversa é especialmente importante no momento de decisão do União Brasil sobre quem apoiar nas eleições presidenciais. Presidente do DEM e pré-candidato ao governo da Bahia, ACM Neto tem sido aconselhado a apoiar Bolsonaro no estado. Mas resiste à ideia.

Além de evangélicos, Moro se reunirá com representantes de diferentes religiões na semana que vem, quando viajará a São Paulo.

Também nesta terça, Moro disse à CBN-Florianópolis que “política é a arte do diálogo”.

“Você precisa ter uma aliança eleitoral ainda em 2022 em cima de um projeto”, afirmou.

Uziel diz saber que R.R. Soares é amigo de Bolsonaro e que o segmento evangélico, especialmente os neopetencostais, são majoritariamente alinhados com o presidente. Mas afirma que “não são fechados em si mesmos”.

Em de fevereiro de 2020, Bolsonaro prestigiou a festa em comemoração aos 40 anos da Igreja Universal da Graça de Deus. Ao lado de R.R. Soares repetiu que “país é laico, mas o presidente é cristão”.

​Na semana passada, Moro fez um tour na Paraíba, iniciando um périplo pelos estados brasileiros com o objetivo de articular palanques e buscar aliados para a sua campanha neste ano.

Moro teve no seu entorno um grupo de parlamentares que se elegeu para Câmara dos Deputados e Senado em 2018 na onda bolsonarista, mas romperam ou se afastaram do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao longo da atual legislatura.

A expectativa do ex-juiz é visitar nos próximos meses outros estados do Nordeste, onde enfrenta dificuldades para firmar palanques competitivos, com o objetivo de ganhar musculatura em uma região onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem grande capilaridade e o presidente Jair Bolsonaro tem alta rejeição.

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