Economia

Barkin, do Fed, diz que momento e ritmo de aumentos de juros dependerão da inflação

(Reuters) – O momento e o ritmo dos aumentos das taxas de juros dependerão do que acontece com a inflação e as autoridades do banco central norte-americano (Fed) podem precisar agir de forma mais “agressiva” se a alta dos preços permanecer acelerada, disse nesta quinta-feira o presidente do Fed de Richmond, Thomas Barkin.

“Quanto mais perto a inflação voltar a níveis próximos da meta, mais fácil será normalizar os juros a ritmo moderado”, disse Barkin em comentários preparados para evento virtual organizado pela Associação de Banqueiros da Virgínia e pela Câmara de Comércio da Virgínia.

“Mas se a inflação permanecer elevada e disseminada precisaríamos adotar a normalização de forma mais agressiva, como fizemos com sucesso no passado.”

Os formuladores de política monetária devem debater estratégias para remover o apoio extraordinário oferecido durante a pandemia em seu próximo encontro, dentro de duas semanas, incluindo possíveis abordagens para aumentar os juros e reduzir o balanço do Fed de mais de 8 trilhões de dólares em títulos.

Várias autoridades do banco central disseram nos últimos dias que apoiariam pelo menos três elevações de juros em 2022, a partir de março, se a economia permanecer na trajetória atual.

Barkin disse que a escassez de mão de obra, a qual tem dificultado para as empresas encontrar trabalhadores necessários, pode persistir devido a tendências de longa data na demografia e a desafios relacionados à pandemia.

O integrante do Fed disse ter esperado que o mercado de trabalho registrasse mais crescimento no outono passado (nos EUA), à medida que mais empresas reabriram, mas, em vez disso, a participação da força de trabalho está “basicamente estagnada”, algo que os formuladores de política monetária podem precisar aceitar.

“Eu acho que este é um fenômeno de longa duração”, disse Barkin.

Questionado sobre o trabalho do Fed com relação a uma possível moeda digital do banco central, Barkin disse que um modelo no qual os indivíduos poderiam manter depósitos no Fed não seria uma boa opção nos EUA e poderia levantar preocupações de privacidade.

“Você precisa pensar muito sobre qual pode ser o caso de uso das moedas digitais”, disse Barkin. O chair do Fed, Jerome Powell, disse na terça-feira que o documento de discussão da instituição sobre moedas digitais será divulgado nas próximas semanas.

(Reportagem de Jonnelle Marte)

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