Economia

BCE: Ômicron tirou força da economia da UE, mas não deve deteriorar a recuperação

O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, afirmou nesta quinta-feira, 13, que a atividade econômica na zona do euro perdeu ímpeto no final de 2021, em meio à disseminação da variante Ômicron do coronavírus, que provocou uma escalada de casos da doença em vários países.

Em evento organizado pelo UBS, Guindos explicou, no entanto, que a cepa não deve deteriorar a recuperação e projetou que o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá mais de 4% em 2022. Pelas estimativas do BCE, a economia do bloco retornará o nível pré-pandemia já no primeiro trimestre deste ano.

O dirigente admitiu que a inflação na região não deve desacelerar no ritmo previsto anteriormente, devido à persistência de gargalos de oferta e ao avanço dos preços de energia. De qualquer maneira, ele acredita que os índices de preços ficarão abaixo da meta de 2% em 2023 e 2024. “A inflação cairá com certeza, mas a grande incerteza será relativa à evolução dos preços de energia”, comentou.

Guindos acrescentou que, nos últimos meses, os riscos à estabilidade financeira da zona do euro diminuíram, na esteira da melhora econômica. No entanto, ele ainda vê vulnerabilidades nessa área, particularmente com o alto nível de endividamento de empresas e governos e incertezas no setor financeiro não bancário.

Juros

Luis de Guindos reiterou, no evento virtual, que a autoridade monetária não elevará juros enquanto estiver comprando ativos. Também afirmou que a sobrevalorização no mercado imobiliário residencial tem aumentado na zona do euro nos últimos meses. Segundo ele, as autoridades europeias estão preparadas para utilizar políticas macroprudenciais com o objetivo de conter esse movimento.

O dirigente reforçou ainda que “com certeza” a inflação na região cairá, mas reconheceu os riscos no horizonte, particularmente a chance de que haja efeitos secundários. “Riscos para inflação na zona do euro estão levemente apontados para cima”, disse.

Boletim

A Ômicron deverá gerar maior volatilidade do crescimento econômico global, mas o impacto exato da variante do coronavírus ainda é muito incerto, segundo boletim econômico divulgado pelo BCE nesta quinta-feira. No documento, o banco avalia que gargalos de oferta, o avanço dos preços de commodities e a disseminação da Ômicron seguem pesando na perspectiva econômica global no curto prazo.

Ainda no boletim, o BCE aponta que o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro está desacelerando, mas deverá se recuperar com força ao longo do ano. Na visão do BCE, os riscos à perspectiva econômica são “amplamente equilibrados”.

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