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Tensão entre governo brasileiro e FMI continua após saída da missão da instituição do país. Entenda como a briga começou

BRASÍLIA — A crise do governo brasileiro com o Fundo Monetário Internacional (FMI) continua, de acordo com integrantes do Executivo.

No mês passado, o ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu o fim da representação permanente da instituição multilateral em Brasília, o que foi confirmada pela direção do FMI logo depois.

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, reuniu-se nesta quinta-feira com o diretor-executivo do Fundo, o economista brasileiro Afonso Bevilaqua, que está alinhado com a posição do governo Bolsonaro, contra a chefe do FMI, Kristalina Georgieva. Ele foi indicado pelo atual governo para o cargo em 2019.

O governo brasileiro avalia que o Fundo não “respeita” o país e que há uma posição de “confronto” entre Brasília e representantes globais do órgão multilateral. Uma fonte brasileira classifica a situação como uma “guerra”.

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A reunião desta quinta-feira entre Guedes e Bevilacqua seviu para atualizar a disputa e avaliar se serão necessárias mais medidas por parte do Brasil.

As representações do FMI nos países servem de ponte entre a instituição que preza pela estabilidade econômica global e os governos locais. Para nações que não são devedoras da instituição, como é o caso brasileiro, essa representação funciona para recomendações de políticas públicas e melhores práticas econômicas.

A decisão do governo Bolsonaro de não renovar a permanência do FMI no país e sua retirada foi o ápice de uma crescente insatisfação com a instituição, que vinha se formando há algum tempo, numa escalada de desentendimentos, segundo uma pessoa a par da situação.

Tudo começou quando a organização publicou suas estimativas econômicas de 2020, ano inicial da pandemia, para o Brasil.

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Após várias discussões com funcionários do FMI sobre métricas e modelos para estimar o PIB em um momento de crise como uma pandemia, Guedes sentiu que o Fundo não levou em consideração os pontos do Brasil, disse uma fonte do governo.

O FMI previu uma retração de mais de 9% no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, que acabou o ano encolhendo bem menos, cerca de 4% em 2020.

A relação piorou após a missão do FMI ter visitado o país, em julho, como parte da sua avaliação anual. A equipe do FMI incluiu alertas sobre os riscos ambientais do Brasil no relatório sem ter feito perguntas sobre o assunto durante uma série de reuniões com representantes do governo, descrevem integrantes da gestão Bolsonaro.

De acordo com a agência Bloomberg, Bevilacqua intercedeu junto a Georgieva para tirar essa menção do relatório. O FMI suavizou seu alerta sobre riscos no documento, segundo a agência, mas manteve a menção.

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