Últimas Notícias

Meses após trocar NBA pelo basquete europeu, Felício recupera espaço na seleção e comemora: ‘Novo momento na carreira’

Arriscar-se num novo desafio é sempre um momento decisivo na carreira de um atleta, ainda mais quando envolve deixar uma das principais competições do mundo na modalidade. Esse foi o caso do pivô brasileiro Cristiano Felício, que deixou a NBA depois de seis anos para encarar a primeira experiência no basquete europeu. A escolha, até o momento, trouxe muitos frutos positivos. Em entrevista ao GLOBO, o jogador falou sobre o novo momento em sua carreira.

Aos 29 anos, Felício soma 252 partidas pelo Chicago Bulls. O jogador chegou à principal liga do mundo em 2015 e alternou os papeis dentro da equipe. Em agosto, mudou todos os rumos da carreira: acertou com o Ratiopharm Ulm, da pequena cidade de Ulm, no sul da Alemanha. Por lá, vem disputando a Bundesliga de Basquete e a Eurocopa — com muita moral. Na Bundesliga, o campeonato alemão, Felício é o líder em rebotes, com média de 9,8 por partida. Entre os pivôs, é o quinto com a melhor média de pontos: 11,9.

— São estilos muito diferentes, times com sistemas de jogo diferentes, competições e ritmos diferentes, cidades diferentes. Acho que a única semelhança foi a maneira como fui recebido pelos fãs em Chicago e aqui em Ulm.

A mudança de ares o ajudou a recuperar espaço na seleção brasileira. Em novembro, o pivô superou o corte sofrido na preparação para Pré-Olímpico de Split e voltou com moral para a seleção brasileira, já sob a gestão do técnico Gustavo de Conti. Foi peça importante nas duas vitórias sobre o Chile, pelas eliminatórias para o Mundial da Indonésia, em 2023.

— (O Gustavinho não pediu) Nada diferente do que já esperávamos em termos de intensidade dos dois lados da quadra, e foco, o que é ainda mais importante quando pensamos em início de trabalho. Ele nos deixou muito à vontade para jogar, sempre com uma transição forte, isso foi fundamental.

Foram seis anos de NBA e agora você passa pela sua primeira experiência no basquete europeu. Que balanço você faz da sua carreira até aqui?

Tenho muito orgulho e gratidão por ter vestido a camisa de uma franquia como o Chicago Bulls. Foram seis anos em que aprendi bastante, onde vi e vivi muita coisa, experiências, amizades que vou levar comigo por toda a vida. Jogar aqui na Alemanha é um novo momento na minha carreira, um novo desafio, um país totalmente diferente, um basquete muito diferente também, onde fui recebido e consegui me adaptar rapidamente. Claro, falar alemão não é nada fácil, aprendi algumas poucas palavras até agora. Estou numa fase boa da minha carreira, mais maduro, com uma bagagem importante, feliz e me sentindo bem em quadra, jogando um bom basquete.

Que as diferenças você já sentiu entre o jogo americano e o alemão? E as diferenças no dia a dia, a mudança de Chicago para Ulm?

São estilos muito diferentes, times com sistemas de jogo diferentes, competições e ritmos diferentes, cidades diferentes. Acho que a única semelhança foi a maneira como fui recebido pelos fãs em Chicago e aqui em Ulm. Todos me receberam muito bem. Aqui a rotina é diferente, o dia a dia em nada lembra Chicago. É uma cidade calma, muito bonita, um povo hospitaleiro e simpático, que abraça quem chega de fora. Isso ajuda na adaptação à cultura e aos hábitos.

Você vem de dois bons jogos da seleção contra o Chile, pelas eliminatórias. O que tem achado desse início do trabalho com o Gustavinho?

Tivemos poucos dias para treinar para essas partidas, mas acho que o grupo se comportou bem. Boa parte já se conhece há bastante tempo de Seleção Brasileira e isso sempre facilita. É ainda um início de trabalho com o Gustavinho, ele tem muitas ideias e planos para fazer a equipe jogar, é um técnico jovem, mas que tem bastante experiência, vai moldar esse estilo de jogo aos poucos, com a sequência de partidas e competições.

O que ele pediu do time e de você nesses primeiros contatos?

Nada diferente do que já esperávamos em termos de intensidade dos dois lados da quadra, e foco, o que é ainda mais importante quando pensamos em início de trabalho. Ele nos deixou muito à vontade para jogar, sempre com uma transição forte, isso foi fundamental. Com o tempo, com ajustes, com a sequência de treinos e jogos, vamos ganhar mais corpo e fazer bons jogos, evoluir como grupo.

Quais são seus objetivos na carreira no momento? O que faz seu olho brilhar no basquete?

Agora meu foco está todo aqui no Rathiopharm Ulm. Quero retribuir à equipe e à torcida todo o carinho e confiança que depositam em mim, deixar sempre o meu melhor em quadra, ter uma boa temporada pela equipe. Estou me sentindo bem à vontade no clube, temos um bom time, que possui uma sintonia muito boa, que gosta de jogar junto e que vai brigar com todo mundo pelos títulos em todas as competições. Estou vivendo uma fase muito legal, me sentindo bem, feliz aqui, motivado com a Seleção Brasileira, e quero que essa fase continue assim por muito tempo.

To Top