Economia

Repsol prevê fim de limpeza de petróleo no Peru para fevereiro; “cheira à morte”, dizem pescadores

Por Marco Aquino

LIMA (Reuters) – A espanhola Repsol disse nesta sexta-feira que espera concluir no final de fevereiro a limpeza de praias e áreas marinhas afetadas no Peru por um derramamento de petróleo, um desastre ambiental que danificou a flora e a fauna, e deixou pescadores sem trabalho.

A empresa informou em comunicado que entregou ao governo do presidente de esquerda Pedro Castillo um cronograma de seus trabalhos na costa central do país, depois do derramamento de petróleo de um navio-tanque devido às fortes ondas em consequência da erupção de um vulcão em Tonga, a milhares de quilômetros.

Castillo, que declarou uma emergência ambiental por conta do vazamento na quinta-feira, disse que a Repsol deve assumir suas responsabilidades pelo maior “desastre ecológico” dos últimos tempos no país sul-americano.

A Repsol afirmou em comunicado que continua monitorando a extensão da área danificada com apoio de uma empresa especializada e que seu plano de limpeza pode ser atualizado.

O órgão de controle ambiental do Peru calculou, segundo um relatório divulgado na quinta-feira, que 1,7 milhão de metros quadrados de solo e 1,2 milhão de metros quadrados no mar foram afetados pela massa negra do petróleo.

O petróleo causou a morte de aves em duas áreas naturais. O incidente afetou até 21 praias e a promotoria peruana abriu uma investigação sobre a refinaria La Pampilla, da Repsol, pelo suposto crime de dano ambiental.

Enquanto isso, centenas de pescadores dos distritos de Ventanilla e Ancón, os mais afetados, não podem realizar suas tarefas devido ao mar contaminado e exigem indenização da petroleira.

“Eu coletava crustáceos, mas agora, quando ando pela costa, os crustáceos estão mortos”, disse o pescador Walter de la Cruz à Reuters. “Coletava crustáceos e começava a pescar (…) Nós, pescadores, vendíamos o peixe que conseguíamos. Mas agora tudo cheira à morte”, afirmou.

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