Economia

Kazaks, do BCE, diz ser improvável alta de juros em julho

O Banco Central Europeu pode encerrar seu programa de estímulo antes do planejado, mas é improvável que eleve sua taxa básica de juros em julho, como os investidores esperam, disse o membro do BCE Martins Kazaks à Reuters.

Investidores anteciparam suas apostas no primeiro aumento de juros do banco em mais de uma década depois que a presidente do BCE, Christine Lagarde, abriu as portas para o movimento na quinta-feira e reconheceu os riscos crescentes de inflação.

Mas Kazaks, que é presidente do banco central da Letônia, foi contrário às apostas do mercado de um movimento em julho porque isso implicaria uma redução completa, ou um “tapering”, das compras de títulos do BCE antes dessa data.

“Julho implicaria um ritmo extremamente rápido e improvável de redução”, disse Kazaks em entrevista. “Mas no geral, na atual conjuntura, mencionar um mês específico seria muito prematuro.”

Há muito o BCE tem dito que encerrará suas compras de títulos “pouco antes” de aumentar sua taxa de depósito de -0,5%, e Lagarde e colegas reafirmaram esse compromisso nos últimos dias.

Atualmente, as compras de ativos devem ocorrer pelo menos até outubro, embora fontes tenham dito à Reuters que o BCE deve antecipar essa data em sua reunião no dia 10 de março.

Com a inflação da zona do euro em um recorde de 5,1% em janeiro –mais que o dobro da meta de 2% do BCE– Kazaks também está aberto à ação.

“Se virmos que a inflação continua alta e o mercado de trabalho continua forte ou se fortalecendo ainda mais, se virmos que a economia continua andando, a direção é clara: podemos agir mais cedo do que imaginávamos no passado”, disse o economista de 48 anos.

Kazaks apontou uma potencial guerra entre a Rússia e a Ucrânia como o maior risco para a trajetória de política monetária do BCE.

“Se uma guerra estourar, Deus nos livre, reavaliaremos o cenário básico e agiremos de acordo”, disse ele.

Mercados monetários têm precificado um aumento de 15 pontos-base na taxa de depósito do BCE em julho, e mais uma alta de quase 40 pontos-base até dezembro.

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