Economia

Ibovespa sobe com progresso em conversas entre Ucrânia e Rússia; Petrobras avança

A bolsa paulista apontava alta nesta terça-feira, após indicativos de avanço nas negociações relacionadas à guerra entre Rússia e Ucrânia. As equipes dos dois países realizaram o primeiro encontro presencial em mais de duas semanas.

As notícias sobre a guerra derrubavam os preços do petróleo, enquanto investidores reagiam à indicação de Adriano Pires à presidência-executiva da Petrobras no lugar do general da reserva Joaquim Silva e Luna. As ações preferenciais da empresa tinham alta de 2%.

Além da Petrobras, os setores financeiro e de varejo puxavam os ganhos do Ibovespa, enquanto Vale e PetroRio estavam entre destaques de queda.

Às 11:16, o Ibovespa subia 0,82%, a 119.712,85 pontos. O volume financeiro era de 10,6 bilhões de reais.

A Rússia decidiu reduzir drasticamente a atividade militar em Kiev e Chernihiv, na Ucrânia, após conversas entre equipes de negociação russas e ucranianas na Turquia. Do outro lado, a Ucrânia propôs adotar posição de neutralidade – não se juntar a alianças militares ou hospedar bases militares – em troca de garantias de segurança.

Segundo os negociadores ucranianos, houve material suficiente nas atuais propostas ucranianas para justificar uma reunião entre os presidentes dos dois países.

“Temos um ambiente global mais tranquilo impulsionado pelas negociações entre Ucrânia e Rússia”, diz Lucas Monteiro, operador de multimercados da Quantitas. Ele pondera, entretanto, que avanços em direção a um potencial acordo levam a queda de algumas commodities, sendo que países com ativos mais ligados a esses setores, como o Brasil, podem ser impactados.

Em Wall Street, os principais índices de ações registravam acréscimo de entre 0,5% e 0,8%.

Na cena doméstica, a criação de empregos formais em fevereiro em montante muito acima do esperado pelo mercado, segundo dado revelado nesta manhã pelo Ministério do Trabalho e Previdência, corroborava humor mais positivo.

O contraponto vinha da aprovação, na véspera, de greve por tempo indeterminado por servidores do Banco Central (BC) a partir de 1º de abril, segundo sindicato da categoria. Os trabalhadores pedem reajustes salariais e reestruturação de carreiras. O BC diz que tem planos de contingência para manter o funcionamento dos sistemas críticos, como o PIX e a Selic.

DESTAQUES

– PETROBRAS PN avançava 2% e ON subia 0,8%, após a indicação para troca no comando da companhia, em meio a críticas sobre alta nos preços de combustíveis. Os acionistas votarão a potencial mudança em abril. Analistas do JPMorgan avaliam a decisão como neutra, já que Pires parece ser um nome alinhado ao mercado, mas ainda assim uma troca significa intervenção direta do governo na companhia. “Se o norte da estratégia vai continuar, então por que trocar a liderança?”, questionaram os analistas em relatório. Ações da estatal caíram mais de 2% cada na véspera.

– PETRORIO ON perdia 2,4%, enquanto 3R PETROLEUM ON subia 0,1%, diante da queda de mais de 4% nos preços do petróleo. Os preços da commodity eram impactado pelos sinais positivos nas negociações entre Rússia e Ucrânia e efeito na demanda dos novos lockdowns na China para conter a Covid-19.

– AMERICANAS ON disparava 7,3%, MAGAZINE LUIZA ON ganhava 6,8% e VIA ON tinha alta de 5,8%. No setor de tecnologia, LOCAWEB ON saltava 6,4%, após queda firme na véspera com rebaixamento de recomendação pelo Bradesco BBI, e INTER UNIT subia 1,5%. A sessão é positiva para ações de crescimento.

– VALE ON cedia 1,3%, mesmo após o preço do minério de ferro registrar nova alta na China, apesar dos lockdowns por Covid-19 no país. GERDAU PN caía 1,6% e USIMINAS PNA avançava 1,1%.

– BRADESCO PN subia 1,6% e liderava ganhos entre os grandes bancos. Ainda no setor financeiro, B3 ON valorizava-se 2,2%.

– QUALICORP ON crescia 2,4%, antes de divulgar resultados à noite. Empresas, incluindo MÉLIUZ ON e BRADESPAR PN, também divulgam balanços nesta terça-feira.

(Edição Alberto Alerigi Jr.)

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