Economia

Quarta usina nuclear brasileira terá caminho desafiador, diz ministro

O governo terá um caminho desafiador para viabilizar a quarta usina nuclear brasileira, prevista para entrar em operação em 2031, disse nesta quarta-feira o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, durante discurso no lançamento do Plano Decenal de Expansão de Energia 2031.

Entre as possíveis dificuldades, Albuquerque citou a seleção do local para instalação da usina, além de mecanismos para promover a competição de fornecedores para sua construção.

O Brasil tem hoje duas usinas nucleares em operação, Angra 1 e 2, sob responsabilidade da Eletrobras. Recentemente, foram retomados os trabalhos de desenvolvimento e construção de Angra 3, que também deverá entrar em operação até 2031.

Segundo documentos do PDE 2031 colocados em consulta pública no início do ano, a quarta usina nuclear brasileira deverá ser localizada no submercado Sudeste/Centro-Oeste.

O plano de longo prazo do governo prevê um aumento de 75 gigawatts (GW) de capacidade instalada para geração de energia elétrica no Brasil, alcançando 275 gigawatts (GW) em 2031, com as fontes eólica e solar ganhando espaço na matriz enquanto a hídrica terá sua fatia reduzida a menos de 50%, a 107,1 GW.

Outro destaque é maior relevância do gás natural na matriz, combustível cuja capacidade de geração mais que dobrará, a 32,2 GW em 2031, com o objetivo de garantir a segurança energética diante da maior variabilidade da geração das fontes renováveis.

A geração distribuída deverá avançar de 8 para 37 GW, enquanto a eólica a 30,3 GW, versus 19,6 GW.

A lei que permitiu a privatização da Eletrobras determinou a contratação compulsória de 8 GW de termelétricas a gás nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, para início de operação entre 2026 e 2030.

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) está trabalhando em estudos sobre a malha de transporte de gás que atenderá essas usinas, e pode antecipar alguns resultados do plano indicativo em meados deste ano, disse Heloísa Borges Esteves, diretora de Estudos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis da EPE.

Segundo Esteves, grupos de infraestrutura já têm demonstrado interesse em desenvolver essa malha de gasodutos para levar o combustível ao interior do país.

(Por Letícia Fucuchima)

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