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‘Vamos ter que recorrer à Justiça’, diz Bolsonaro sobre alta dos preços de combustíveis

BRASÍLIA — O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que irá recorrer à Justiça para tentar reduzir os preços dos combustíveis praticados pela Petrobras.

A alta nos preços do diesel e da gasolina é uma das maiores preocupações políticas do governo neste momento. Teme-se que a inflação elevada prejudique a popularidade de Bolsonaro neste ano eleitoral, embora seja o governo o controlador da estatal como acionista minoritário.

Em transmissão ao vivo em redes sociais, Bolsonaro, no entanto, não detalhou como seria esse processo e nem quais argumentos seriam usados na ação. A Petrobras reajustou em 8,87% nesta semana o preço médio de venda do diesel.

— Esperamos aqui redução de preço. Vamos ter que recorrer à Justiça. Sabemos que quando eu recorro é quase impossível eu ganhar, isso quando se coloca em votação — afirmou Bolsonaro na em sua live semanal, em algo que pode ser entendido como uma crítica indireta à Justiça ou ao Supremo Tribunal Federal (STF).

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Bolsonaro afirmou que “está fazendo o possível” para fazer a Petrobras “entender qual é o seu papel social”. Ele comentou sobre a demissão do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e disse que espera “fazer mudanças de pessoas” para buscar a redução do preço.

— Estamos fazendo o possível, sem interferência, para fazer a Petrobras entender qual é o seu papel. Entender como? Fazendo mudanças. Como nós fizemos aqui no Ministério de Minas e Energia — disse, completando: — A gente espera fazer mudanças de pessoas, a gente pode fazer, buscar melhorar, diminuir o preço do combustível no Brasil.

Bolsonaro reafirmou que a saída de Bento Albuquerque foi a pedido e citou “um problema” na Petrobras que fez com que o ex-ministro assinasse sua demissão.

— Uma pessoa excepcional, fez um trabalho muito bom em várias outras áreas, mas tínhamos um problema na Petrobras e ele resolveu assinar a sua saída do Ministério de Minas e Energia.

O presidente, no entanto, não citou o novo ministro, Adolfo Sachsida.

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Bolsonaro já havia recorrido à Justiça sobre combustíveis. Seu governo consultou o TSE sobre a legalidade de reduzir impostos sobre combustíveis em ano eleitoral, mas a corte não analisou o caso.

O presidente também ameaçou processar os governadores para forçar redução do ICMS que incide sobre combustíveis em fevereiro, mas não levou o caso adiante.

Por outro lado, ele já fez diversas mudanças em sua equipe ligada a essa área. O atual presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho, foi, em abril, o terceiro a assumir a estatal no governo Bolsonaro.

Seus antecessor, Joaquim Silva e Luna, foi demitido pelo presidente após impasse com o aumento dos combustíveis, mesmo motivo que havia derrubado, um ano antes, Roberto Castello Branco.

A indicação de José Mauro ao comando da Petrobras ocorreu dois dias após a desistência de Adriano Pires, que era o indicado para o posto, em razão de conflito de interesses.

Para o posto de presidente do conselho, foi eleito Márcio Andrade Weber. Ele foi indicado pela União após Rodolfo Landim, presidente do Clube de Regatas do Flamengo, ter recusado o convite, após ter a indicação que também não passaria pelo controle da companhia, novamente por conflito de interesses.

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