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Após 10 anos, McFly retorna ao Brasil com o mesmo entusiasmo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Dez anos depois de suas apresentações no Z Festival, em São Paulo e no Rio de Janeiro, a banda inglesa McFly retorna aos palcos do Brasil a partir desta terça-feira (17), com cinco destinos no país.

Originalmente, o grupo viria em março de 2020 para tocar as músicas do álbum “The Lost Songs”, além de sucessos como “Love is Easy”, “All About You” e “Star Girl”, mas devido à pandemia de Covid-19 os shows foram remarcados para este ano.

Lançado em novembro de 2020, após um hiato de também dez anos do álbum “Above The Noise” (2010), “Young Dumb Thrills” vai conduzir a setlist dos shows pelo Brasil –o único país de fora do Reino Unido a receber uma turnê da banda.

Em entrevista ao F5, o guitarrista Danny Jones reforça que o entusiasmo de quando anunciaram a turnê há dois anos continua o mesmo. “Eu sinto que [a espera] tornou essa viagem mais especial porque, obviamente, fez os fãs brasileiros terem que aguardar mais um pouco e acho que agora nós vamos aproveitar mais do que nunca.”

Uma década sem visitar o Brasil foi suficiente para que o quarteto formado por Tom Fletcher, Dougie Poynter, Danny Jones e Harry Judd passasse por mudanças substanciais em suas vidas.

Foram dois casamentos (Jones com a modelo Georgia Horsley e Judd com a violinista Izzy Johnston), sete nascimentos (Fletcher tem três filhos; Judd também e Jones tem um), uma união estável (formaram um supergrupo com a banda Busted, que resultou no McBusted e durou até 2015) e até uma separação –a da própria banda, em 2016.

Durante a pausa, os músicos se dedicaram a trabalhos individuais. Fletcher investiu na carreira de escritor e se especializou no público infantil, Jones se dedicou a projetos na música e virou jurado do The Voice Kids UK, Poynter lançou uma linha de roupas e Judd integrou a turnê do grupo de dança Rip it Up. O retorno do McFly foi anunciado em 2019.

Mesmo com todos os acontecimentos e com letras do “Young Dumb Thrills” abordando assuntos mais sérios, como saúde mental, Poynter afirma que essa não é nem de longe a turnê mais madura deles. “É o oposto. Eu acho que há dez anos nós éramos muito chatos e agora conseguimos voltar a ser divertidos”, diz o baixista.

“Nós ficamos mais velhos sem amadurecer”, completa Jones, reforçando que a paternidade é um fator que agora impacta a duração das turnês mundiais. “Você não pode viajar por meses e meses, e não quer ficar longe por tanto tempo. Ter filhos e ter uma carreira exige um equilíbrio complicado, mas você consegue. Só é preciso de um espaço para conseguir dormir um pouco.”

A relação do grupo com o país é de longa data. Eles já vieram para cá três vezes, em 2008, 2009 e 2012. E, durante suas vindas, também tiveram contato com algumas excentricidades da televisão brasileira, aparecendo em programas como Altas Horas, Pânico na TV e Domingão do Faustão.

O McFly, inclusive, protagonizou um esquete do Casseta e Planeta contracenando com Hélio de la Peña, Marcelo Madureira e Beto Silva. Durante a participação especial, os músicos ficam presos em um congestionamento no Rio de Janeiro e, ao buscar um atalho, são parados por traficantes alucinados pela banda, que exigem um show privado e autógrafos nas metralhadoras. “Alivia aí, pô, os caras aí são tudo gringos. Se eles forem assaltados, como é que vai ficar a reputação do Brasil no exterior?”, diz Hélio de la Peña, que interpretou o motorista da banda.

No entanto, a admiração pela cultura do país sempre foi enfatizada pelo grupo e serviu de inspiração para a primeira faixa do álbum, “Happiness”, que usa um sample da música “A Bela e a Fera”, dos maranhenses Nonato e seu Conjunto, gravada em 1978. Eles declararam anteriormente que encontraram o vinil com essa música por acaso.

Apesar disso, os ingleses contam que não conhecem muitos artistas brasileiros — Dougie revelou que adoraria se apresentar junto com o Fresno algum dia; ele é um dos 177 mil seguidores da banda no Instagram –, mas isso não impede que possam trazer mais colaborações em projetos futuros. “Sempre é divertido trabalhar com alguém, mesmo que seja o tipo de artista mais inesperado. É ainda mais prazeroso colaborar com alguém que é bastante diferente e provavelmente melhor que nós.”

O baixista também afirmou que não acompanha de perto a política brasileira, mas que percebe um movimento mundial de incentivo para que as vozes de jovens sejam ouvidas. “É muito importante que adolescentes prestem atenção [nesse assunto], mesmo que pareça muito chato ir para a rua votar, mas isso é realmente necessário para que as pessoas no comando de seu país sejam as mais adequadas para conduzi-lo como deseja.”

O McFly se apresenta em São Paulo nos dias 17 e 18 de maio, depois segue para Belo Horizonte no dia 21, Porto Alegre em 22, Ribeirão Preto em 24 de maio e encerra a turnê pelo Brasil no Rio de Janeiro, no dia 26 de maio. No tempo livre, eles pretendem conhecer mais da culinária e pontos turísticos das cidades.

Jones e Poynter afirmaram que querem voar de asa delta na capital fluminense e ir em qualquer lugar que sirva paçoca, aparentemente o doce brasileiro favorito da banda. Quando souberam da feijoada –“é o nome de um restaurante?”–, quiseram saber se também levava paçoca.

A Covid pode ter atrasado os planos de retomada de apresentações, mas o hiato da banda e a década sem lançar discos parecem ter inspirado o grupo para novos projetos. “Eu espero que da próxima vez, quando o próximo álbum sair e fizermos turnê dele, possamos visitar outros países em sequência”, afirmou Poynter.

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