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Atirador deixa 10 mortos em mercado nos EUA em crime de ódio racial contra negros

Um homem armado abriu fogo em um mercado em Buffalo no sábado, matando 10 pessoas e ferindo outras três, disseram as autoridades locais. Entre as 13 vítimas, 11 eram negras e duas eram brancas, informou a polícia.

O FBI investiga o caso como “crime de ódio” e “violência de extremismo racista”, disse à imprensa Stephen Belongia, agente especial da força em Buffalo.

— Este foi um crime de ódio com motivação racial direta — disse John Garcia, xerife do condado de Eerie, onde fica Buffalo. — Isso foi uma pura maldade.

A polícia disse que o atirador, identificado como Payton Genderon, um jovem branco de 18 anos de fora da cidade, transmitiu o ataque ao vivo pelo Twitch, plataforma de transmissão on-line de videogames. Ele foi preso após o crime em uma loja da rede regional de supermercados Tops Friendly Markets. Na internet, a grafia de seu sobrenome aparece como  Gendron.

A autoridade disse que os investigadores estavam revisando um “manifesto” que se acredita ter sido publicado online pelo suspeito. O documento propaga ideias racistas contra negros e judeus.

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O homem estava fortemente armado e com equipamento tático, disse a polícia durante uma entrevista coletiva na noite deste sábado. Segundo as autoridades, o homem saiu de seu carro e atirou em quatro pessoas no estacionamento, matando três delas. Em seguida, entrou na loja e continuou atirando.

Buffalo, de 255 mil habitantes, é a segunda cidade mais populosa do estado de Nova York. Segundo autoridades, os três feridos não correm risco de vida.

As 10 pessoas mortas configuram o maior número de mortes em um tiroteio em massa nos Estados Unidos até agora este ano, de acordo com o Arquivo de Violência Armada, que rastreia ataques a tiros com múltiplas vítimas. O segundo maior número de mortos foi seis, em um tiroteio no centro de Sacramento em 3 de abril. Seis pessoas também morreram em um tiroteio em Corsicana, Texas, em 5 de fevereiro, e em um tiroteio em Milwaukee em 23 de janeiro, de acordo com o site.

A governadora de Nova York, Kathy Hochul, disse no Twitter que “monitorava de perto o ataque em um mercado de Buffalo” e recomendou que os moradores evitassem a área.

Jaye Emmons, uma assistente social de 49 anos que mora a um quarteirão e meio do supermercado, estava assistindo a um vídeo no YouTube sobre a separação amorosa de duas celebridades quando “de repente, houve uma enorme quantidade de tiros”, disse ela, em uma entrevista por telefone de um salão de manicure do outro lado da rua.

Ela estimou ter ouvido 60 disparos.

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— O que ouvi foi algo descomunal. Balas sendo disparadas sem parar, saindo de uma arma militar — disse ela.

Ela acrescentou que poderia dizer que os sons vieram da Jefferson Avenue, onde fica o mercado.

Segundo Emmons, um parente foi ao local e voltou dizendo que soube que o atirador começou a disparar no estacionamento do lado de fora do supermercado, entrou na loja e continuou atirando. Em seguida saiu, momento em que foi algemado pelas autoridades.

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Byron Brown, prefeito de Buffalo, disse que o atirador está sob custódia.

— O atirador não era dessa comunidade. Na verdade, o atirador viajou por horas até aqui para cometer esse crime contra o povo de Buffalo.

Entre os dez mortos estava um policial aposentado de Buffalo que trabalhava como segurança e que disparou contra o atirador quando ele entrou no mercado, disseram autoridades.

Ele atingiu o suspeito, que no entanto usava colete à prova de balas. O segurança acabou sendo morto. Joseph Amalia, o comissário de polícia de Buffalo, chamou o segurança de “herói”.

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