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Auxílio Brasil de R$ 600 está ‘dentro dos cânones’ de responsabilidade fiscal, diz Guedes

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira em São Paulo que o gasto público extra com o aumento do Auxílio Brasil para R$ 600 até o fim do ano está “absolutamente dentro dos cânones” da responsabilidade fiscal, embora admita que o governo não respeitou o teto de gastos. Guedes também não descartou que esse valor majorado do benefício social seja mantido em 2023.

— Daqui até o fim do ano, programa (Auxílio Brasil) é absolutamente dentro dos cânones da responsabilidade fiscal. Sim, nós violamos o teto (de gastos). O teto é para não deixar subir o governo. Daí chega uma doença (…). Estou dando auxílio enquanto a doença e a guerra (entre Rússia e Ucrânia) estão aí — afirmou a uma plateia formada por investidores e corretores durante o evento Expert XP, promovido pela corretora fundada por Guilherme Benchimol.

Em um discurso em tom de campanha, Guedes criticou o que chamou de “narrativas de rolagem da desgraça” pessimistas sobre a economia. Ovacionado pelo público presente, o ministro diz que as previsões de crescimento para a economia brasileira vão “continuar subindo” e a inflação vai cair. Atualmente, a inflação acumulada em 12 meses pelo IPCA é de 11,89%.

— O Brasil está condenado a crescer (por) dez anos seguidos. Vai acontecer de qualquer jeito. Esquece a turma do mas, temos resiliência — disse Guedes.

A fala do ministro foi assistida, também, pelo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida. O encontro de Guedes com Benchimol após a participação no evento foi gravado por uma equipe de filmagem comandada por Fabio Wajngarten, ex-secretário Especial de Comunicação Social do governo federal, hoje na coordenação da campanha presidencial de Jair Bolsonaro.

O ministro da Economia afirmou em sua fala que o governo “não vai furar o teto (de gastos)” toda hora e que vai usar dividendos das estatais para manter o superávit fiscal. Em tom de resposta a analistas críticos da política econômica atual, Guedes disse que, enquanto durante o período mais agudo da pandemia, a previsão era de que o país elevasse seu envididamento público até 100% do PIB, o valor está hoje em 78,2%.

— Toda vez que tiver uma guerra ou uma pandemia, o teto (de gastos) é retrátil. O Brasil foi o único país do mundo que gastou 26% do PIB (em 2020) e, no ano seguinte, voltou para (um patamar) de 18% — disse o ministro.

Guedes afirmou, ainda em tom crítico em relação às previsões do mercado, que as estimativas de crescimento da economia brasileira devem continuar subindo ao longo deste ano. Ressaltou que algumas instituições começaram 2022 com a previsão de crescimento zero para o PIB do Brasil neste ano e, agora, estimam alta acima dos 2%. O Bradesco, por exemplo, revisou para cima, nesta semana, sua projeção, hoje em 2,3%.

— Abrimos 378 mil empresas em um mês, Brasil está no início de um ciclo longo de crescimento e as economias avançadas estão no final de um longo ciclo de crescimento. (…) O Brasil tem um fiscal forte, diferente de outros países, nós já estamos em equilíbrio fiscal — disse o ministro.

Apesar do discurso de Guedes, o teto de gastos deve sofrer sua quinta alteração somente no governo Bolsonaro com a aprovação da chamada PEC Kamikaze. Somadas as alterações têm impacto superior a R$ 213 bilhões nas contas públicas, de acordo com a Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado.

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