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Irmão de ambientalista que sumiu na Billings diz não acreditar em acidente

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O irmão de Adolfo Souza Duarte, 41, desaparecido desde a noite de segunda (1º) na represa Billings, na zona sul de São Paulo, diz não acreditar que o ambientalista tenha sofrido um acidente ao cair, segundo relatos, de um barco que conduzia em um passeio pela região.

A versão de acidente foi contada à polícia pelos passageiros da embarcação. Duarte é presidente da ONG Meninos da Billings, que, além de atuar em questões de preservação no entorno da represa, realiza passeios de barco pelo local.

Segundo o boletim de ocorrência, por volta das 19h30, o ativista abordou um grupo de quatro pessoas que estava em um bar nas margens da represa para divulgar o passeio.

O grupo aceitou a ideia e contratou o serviço. Conforme os depoimentos, ao término do passeio, que teria durado cerca de 30 minutos, houve um solavanco, e Duarte e uma das passageiras caíram na água.

Segundo os relatos para a polícia, a mulher conseguiu ser resgatada pelos outros três ocupantes da embarcação. Duarte, por sua vez, sumiu.

Para o irmão do ambientalista, o comerciante Allan Marques, 31, a história está “mal contada”. “O barco é muito estável. Esquece isso de solavanco. O barco não tem isso”, disse para a reportagem.

O comerciante contou que seu irmão é graduado pela Marinha e saberia contornar a situação. “Se meu irmão tivesse pulado, por exemplo, para socorrer alguém ou caído, como é o que estão dizendo, ele nadaria até uma margem”, afirma.

Marques, que acompanha as buscas realizadas por equipes do Corpo de Bombeiros e do destacamento náutico da GCM (Guarda Civil Metropolitana), ressaltou que o irmão conhece a região, onde atua há anos.

“A suspeita é assassinato. É suspeita que a gente tem, porque nada justifica. Se ele tivesse caído, ele tinha voltado. Se fosse para socorrer alguém, ele teria jogado a boia e feito o procedimento de socorrista que ele sabe fazer, que não é pular atrás de uma pessoa. Ele não é nenhum amador.”

Em depoimento ao 101º DP (Jardim das Imbuias), o grupo que diz ter contratado o passeio declarou não conhecer o ambientalista e que não teria motivos para cometer nenhuma violência contra ele.

A esposa do ativista, a cabeleireira Uiara Duarte, 39, também disse desconhecer possíveis ameaças contra o marido.

Em nota, a Secretaria Municipal de Segurança Urbana informou que a GCM auxilia nas buscas desde a manhã de terça-feira (2), com o uso de uma embarcação da Inspetoria de Defesa Ambiental.

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