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Desconhecida por 73%, Simone Tebet vê rejeição passar de trunfo a ameaça

A pré-candidata à Presidência pelo MDB, Simone Tebet, é rosto desconhecido para sete em cada dez eleitores. De acordo com a mais recente pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta terça-feira, são 73% os que dizem não conhecer a senadora eleita pelo Mato Grosso do Sul e que teve a pré-candidatura oficializada na semana passada.

São 25% os que dizem ter algum conhecimento sobre Tebet, percentual que avançou pouco desde o início do ano. Segundo a Quaest, eram 22% os que diziam conhecer Tebet em janeiro.

As dificuldades em se tornar conhecida faltando 60 dias para o primeiro turno das eleições se somam a uma rejeição elevada. De acordo com pesquisa Ipespe divulgada na semana passada, 35% dos eleitores já dizem que não votariam de jeito nenhum na senadora. No levantamento anterior, de junho, eram 31% os que negavam o voto em Tebet.

A pré-candidata do MDB já usou o argumento de que tem baixa rejeição como trunfo para ser escolhida candidata da chamada “terceira via” nas tratativas entre o MDB, o PSDB e o Cidadania — o União Brasil, que também discutia integrar a chapa, abandonou o grupo e hoje tem a deputada Soraya Thronicke (MS) como pré-candidata à Presidência.

— O critério principal é rejeição. Sou a menos rejeitada porque sou a menos conhecida. O fato de ser mulher me favorece nesse aspecto — declarou Tebet em abril, em entrevista à “CNN Brasil”.

Ainda hoje a senadora defende a tese de que tem a baixa rejeição a seu favor. Tebet publicou nas redes sociais nesta terça-feira um post no qual se diz aquela com a “menor rejeição entre os principais candidatos”.

O sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, do Ipespe, avalia ser natural o aumento na rejeição a nomes pouco conhecidos conforme cresce a exposição de suas candidaturas nos meios de comunicação.

— Um dos fatores para as pessoas se recusarem a consumir um produto ou a votar em alguém é o desconhecimento. Esse dado da rejeição pode significar várias coisas, da simples recusa em votar em alguém que se conhece pouco até o ódio, a aversão profunda a esse candidato. Semanticamente, a palavra “rejeição” é muito carregada de negatividade — diz o cientista político.

A taxa elevada de rejeição entre candidatos pouco conhecidos não é exclusividade de Simone Tebet. O deputado André Janones, que deve desistir de sua candidatura e apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é rechaçado por 40% dos eleitores, segundo a pesquisa Ipespe. São 39% dos entrevistados dizendo que não votariam de jeito nenhum em Felipe D’Avila, do Novo.

Lavareda diz que o alto nível de engajamento dos eleitores dos líderes das pesquisas, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), deixa pouco espaço para o crescimento de rostos pouco conhecidos nacionalmente.

— Para todos os candidatos menos votados cresceu a rejeição e diminuiu a probabilidade de votos. A característica central desta eleição é a natureza dos dois candidatos que lideram a disputa: um presidente e um ex-presidente da República. As atitudes em relação a eles estão bastante definidas, então às vezes o eleitor diz que não votaria de jeito nenhum em um candidato não por rejeitá-lo, mas porque nesta eleição ele não contempla essa possibilidade — analisa.

Ao Pulso, a campanha de Simone Tebet ressaltou não haver erro na publicação da candidata a respeito de sua rejeição. Disse também haver tempo para a senadora tornar-se mais conhecida entre o eleitorado, destacando que a campanha ainda não começou oficialmente e que o início da propaganda no rádio e televisão, liberadas a partir de 26 de agosto, permitirá a popularização da imagem de Tebet.

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