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Menos de 14% dos sindicatos filiados à Fiesp assinaram carta pró-democracia

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O manifesto das entidades em defesa da democracia organizado pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), que foi divulgado nesta sexta-feira (5), conseguiu a união improvável de representantes de bancos e centrais sindicais, mas apenas 13,7% dos sindicatos filiados à Fiesp referendaram a publicação.

O texto conta com 107 assinaturas de entidades, como Febraban (que representa os bancos) e CUT (Central Única dos Trabalhadores), além de universidades (USP, Unesp, Unicamp e PUC-SP), grupos de defesa dos direitos humanos, da comunidade jurídica e científica.

Dos 131 sindicatos que compõem a Fiesp, apenas 18 assinaram o texto publicado nos principais jornais do país. O dado, antecipado pelo site Poder 360, foi confirmado pela reportagem.

Entre os signatários estão:

1 – Sinaemo (Sindicato da Indústria de Artigos e Equipamentos Odontológicos, Médicos e Hospitalares do Estado de São Paulo)

2 – Sindbgesp (Sindicato da Indústria de Bebidas em Geral no Estado de São Paulo)

3 – Sinbevidros (Sindicato da Indústria de Beneficiamento e Transformação de Vidros e Cristais Planos do Estado de São Paulo)

4 – Sindicato da Indústria de Calçados de Jaú

5 – Sindilouça (Sindicato da Indústria da Cerâmica de Louça de Pó de Pedra, da Porcelana e da Louça de Barro no Estado de São Paulo)

6 – Sindifibra (Sindicato da Indústria de Chapas de Fibra e Aglomerados de Madeira do Estado de São Paulo)

7 – Sindicel (Sindicato da Indústria de Condutores Elétricos, Trefilação e Laminação de Metais Não Ferrosos do Estado de São Paulo)

8 – Sietex (Sindicato da Indústria de Especialidades Têxteis do Estado de São Paulo)

9 – Sindilux (Sindicato da Indústria de Lâmpadas e Aparelhos Elétricos de Iluminação no Estado de São Paulo)

10 – Sipatesp (Sindicato da Indústria de Perfumaria e Artigos de Toucador no Estado de São Paulo)

11 – Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo)

12 – Sindmilho & Soja (Sindicato da Indústria do Milho, Soja e seus Derivados no Estado de São Paulo)

13 – Sindimov (Sindicato da Indústria do Mobiliários de São Paulo)

14 – Sinaesp (Sindicato da Indústria de Abrasivos dos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Pernambuco)

15 – Sindical (Sindicato das Indústrias de Calcário e Derivados para Uso Agrícola do Estado de São Paulo)

16 – Sindicerâmica (Sindicato das Indústrias de Cerâmica Sanitária do Estado de São Paulo)

17 – Simagran (Sindicato da Indústria de Mármores e Granitos do Estado de São Paulo)

18 – Sincs (Sindicato Nacional da Indústria de Café Solúvel)

A Fiesp representa o setor produtivo de maneira setorial, por meio dos sindicatos patronais da indústria filiados.

De acordo com a entidade, os 131 sindicatos filiados à Fiesp são divididos em 23 setores produtivos que, por sua vez, representam aproximadamente 150 mil empresas de todos os portes e das mais diferentes cadeias produtivas no estado de São Paulo.

Procurada, a federação não comentou a adesão do baixo número de sindicatos até a publicação do manifesto, mas afirmou que mais entidades têm procurado a federação para assinar o documento, sem mencionar o número.

Chamado de “carta dos empresários”, o documento é uma resposta das entidades às crescentes investidas do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao processo eleitoral e ao Estado Democrático de Direito.

A carta cita a importância simbólica dos 200 anos da independência do Brasil, e as entidades reiteraram o compromisso “inarredável com a soberania do povo brasileiro expressa pelo voto e exercida em conformidade com a Constituição”.

Além de fazer uma defesa clara do sistema eleitoral, o texto capitaneado pela Fiesp ressalta a importância da resiliência das instituições, que não se deixam abalar pelas “litanias” (ladainhas) de quem faz críticas além do razoável.

Seguindo esse raciocínio, o manifesto também faz uma defesa clara tanto do STF (Supremo Tribunal Federal) quanto do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que afirma estar conduzindo “com plena segurança, eficiência e integridade nossas eleições respeitadas internacionalmente”.

No último dia 26, a Fiesp já havia confirmado ao jornal Folha de S.paulo sua participação no texto elaborado pelas entidades. A federação também deve integrar um evento na Faculdade de Direito da USP no dia 11 de agosto, em ato em defesa da democracia.

No mesmo dia 11, outro manifesto, chamado de “Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito”, organizado por ex-alunos da USP e que já angariou mais de 760 mil adesões, também será lido no largo de São Francisco, onde fica a faculdade.

A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) é uma dos principais órgãos que assinaram o manifesto das entidades. No próximo dia 8, o presidente Bolsonaro terá um encontro com a Febraban e a CNF (Confederação Nacional das Instituições Financeiras).

Segundo as instituições, a reunião servirá para o chefe do Executivo “falar da economia brasileira e ouvir a visão da indústria financeira”.

Nesta semana, o presidente Jair Bolsonaro suspendeu encontros que teria com empresários em São Paulo a menos de dois meses das eleições. Para evitar danos ainda maiores à sua imagem, Bolsonaro cancelou uma ida à Fiesp e também um jantar com um grupo de empresários que teria no próximo dia 11 na capital paulista, como antecipou a coluna Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo.

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