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‘Não falo mais que os entrevistados’, afirmou Jô Soares em entrevista à Folha de S.Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – “Eu sei que eu não falo mais que meus entrevistados. E, se um dia eu falar mais, é porque ele não está falando nada.”

Foi assim que Jô Soares, morto nesta sexta-feira aos 84 anos, se defendeu do repórter Ivan Finotti, da Folha de S.Paulo, ao ser questionado do porquê falava tanto tempo como seus entrevistados ao reestrear seu Programa do Jô na TV Globo há 20 anos.

À época, o repórter assistiu a todos os programas da semana de reestreia e calculou que Jô Soares falava, em média, por 44% do tempo.

“O programa é um bate-papo, um jogo de tênis. Eu mesmo brinco, ‘sou um gordo exibido’. Depois sai publicado que eu sou um gordo exibido. Acho injusto isso. Não me interessa saber se eu falo menos que David Letterman, se eu falo mais do que a Marília Gabriela. É muito provinciano isso. Ridícula essa comparação”, criticou.

A reportagem havia comparado o programa do humorista com outros que seguiam um gênero parecido. Foram analisadas as atrações apresentadas por Marília Gabriela, na RedeTV, e pelo americano David Letterman, exibido no Brasil pelo GNT. A apresentadora falava, em média, por 28% do tempo do programa, enquanto Letterman, por 28%.

“Ele [Letterman] faz um programa de uma hora e só traz um convidado. Dá 12 minutos para ele e ainda rouba 30% do cara. Eu pego três convidados e cada um fala 18, 20 minutos. Então, vê quem fala mais?”

O Programa do Jô foi ao ar diariamente na grade da TV Globo por 14 anos, saindo do ar em 2016. Desde então, o apresentador se dedicou ao teatro, encenando obras como “A Noite de 16 de Janeiro”, “Três Dias de Chuva” e o clássico “Tróilo e Créssida”, de Shakespeare.

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