Últimas Notícias

Governo do Rio quer transformar terreno da antiga fábrica GE em Parque do Jacarezinho

mixvale

Durante décadas, a partir de 1921, o terreno da antiga fábrica de lâmpadas da General Electric (GE) em Maria da Graça, Zona Norte do Rio, teve movimento frenético de operários que se revezavam em turnos de 24 horas — até que a empresa trocou de dono, e fechou em definitivo em 2011. Quase dois anos depois de o governador Cláudio Castro iniciar o programa Cidade Integrada (janeiro de 2022) na comunidade vizinha à antiga indústria, o estado anuncia a intenção de começar a implantar no local, em 2024, o Parque do Jacarezinho.

O plano prevê a distribuição de equipamentos em apenas um quinto do terreno, e investimentos estimados inicialmente em R$ 43,1 milhões. O uso da área restante está indefinido, já que o espaço faz parte da massa falida da empresa e ainda apresenta contaminação por resíduos industriais.

A estimativa é que, em cerca de 18 meses, estejam prontos uma vila olímpica, mercado para venda de produtos de agricultura familiar, uma unidade da Faetec (Fundação de Apoio à Escola Técnica), a sede de um novo batalhão da PM, pistas de skate e posto de saúde, entre outros serviços. A Empresa de Obras Públicas do Estado (Emop) está preparando os editais de licitação.

No último dia 11, a parte do imóvel que será aproveitada no projeto foi entregue ao estado, que pagou R$ 6,8 milhões à massa falida por 41,5 mil metros quadrados, dos 200 mil ocupados pela antiga fábrica. O governo adquiriu apenas lotes que já haviam sido recuperados ambientalmente pela massa falida da Efficient Lighting Products Indústria e Comércio, que sucedeu a GE.

A implantação do projeto, porém, pode esbarrar em problemas financeiros do próprio estado. No início do mês, Castro pediu ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, uma nova revisão do Regime de Recuperação Fiscal, para não ter que quitar R$ 8,6 bilhões de sua dívida pública em 2024. Isso ocorre em cenário de queda na arrecadação, especialmente após mudanças de alíquotas de ICMS, que levaram o estado a arrecadar menos que o previsto.

A coordenadora-geral do Cidade Integrada, Ruth Jurberg, por sua vez, diz que os recursos já estão previstos no orçamento de 2024. O dinheiro para executar as obras virá de verbas destinadas às pastas envolvidas, como as secretarias de Polícia Militar, Esportes e Lazer.

— A proposta para a área foi desenvolvida com base em discussões com os moradores feitas ainda antes do Cidade Integrada, numa época em que havia a expectativa de que o Jacarezinho recebesse melhorias pelo PAC das Favelas — explicou Ruth. — Em 2016, fizemos um diagnóstico sobre as necessidades da população em várias áreas: segurança, geração de renda, urbanização, entre outras.

Nesses debates surgiu, por exemplo, a proposta de construir na área um mercado do produtor, com a participação da Secretaria de Agricultura. O projeto prevê pelo menos 48 pontos de venda de hortifrutigranjeiros, que poderiam ser espaços de revenda do plantio de agricultura familiar ou de pequenos produtores da Região Serrana.

Clima de expectativa

Entre os moradores, o clima é de expectativa por causa de programas públicos anunciados no passado e que jamais saíram do papel. Em 2013, o Jacarezinho chegou a ser incluído pela ex-presidente Dilma Rousseff no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das Favelas. O ex-prefeito Marcelo Crivella, por sua vez, fez planos de construir casas populares justamente no terreno onde era a fábrica.

— A prioridade é a implantação da vila olímpica. A juventude da comunidade precisa se ocupar com atividades fora do horário escolar — diz o presidente da associação de moradores do Jacarezinho, Leonardo Pimentel.

O estado reafirma a intenção de priorizar a construção da vila olímpica. O ginásio teria equipamentos para ginástica olímpica, quadra poliesportiva e arquibancadas. Na parte externa, foram projetados campo de futebol, mais quadras poliesportivas, uma quadra para vôlei na areia, pistas de atletismo para treinamento e competição, além de vestiários.

To Top