Anvisa determina recolhimento imediato de pó de café Fellow Criativo da Cafellow por irregularidades sanitárias
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária determinou, na última terça-feira (28), a interdição e o recolhimento de todos os lotes do pó para preparo de café Fellow Criativo, comercializado pela marca Cafellow. A medida ocorre em São Paulo, sede da empresa TMP Comércio de Bebidas Ltda., responsável pela distribuição, devido à presença de ingredientes não autorizados em alimentos. A decisão visa proteger a saúde dos consumidores, após laudos técnicos revelarem violações às normas sanitárias.
O produto, vendido em sachês, continha extrato de cogumelo Agaricus bisporus, substância ainda não avaliada pela agência para uso em alimentos. Além disso, o rótulo incluía alegações terapêuticas não comprovadas, como benefícios para controle de insulina e redução de colesterol. A proibição abrange fabricação, distribuição, propaganda e consumo em todo o território nacional.
A Cafellow, fundada em 2024, comercializa o item por cerca de R$ 57,60 por caixa no site oficial. A empresa confirmou a suspensão imediata das vendas e iniciou providências para regularização.
Irregularidades identificadas no produto
Laudos da Anvisa apontaram o uso de extrato de cogumelo como principal irregularidade. Esse ingrediente não possui avaliação de segurança para adição em cafés.
O rótulo também apresentava frases como “controle de insulina” e “diminui o colesterol”, sem aprovação regulatória. Essas alegações podem induzir consumo indevido.
A embalagem descrevia o item como café 100% arábica com aromatizantes, mas a composição real violava limites para impurezas em cafés, permitidas apenas em 1%.
Medidas adotadas pela agência
A Resolução-RE nº 4.246, publicada no Diário Oficial da União, entra em vigor imediatamente. Todos os estoques devem ser recolhidos dos pontos de venda.
- A fabricação fica suspensa até novo registro sanitário.
- A distribuição e propaganda são vetadas nacionalmente.
- O consumo do produto já adquirido é contraindicado pela agência.
Fiscalizações locais, como em São Paulo, monitoram o cumprimento. A operação se alinha a ações recentes contra adulterações em cafés.
A TMP Comércio de Bebidas Ltda. recebeu notificação formal. Multas podem ser aplicadas em caso de descumprimento.
Posicionamento da Cafellow
A empresa suspendeu provisoriamente a comercialização do Fellow Criativo. Representantes afirmam que o extrato utilizado é “Earthlight Vitamin D2 SC 5”, aprovado para suplementos, mas não para alimentos.
Providências administrativas visam o registro na Anvisa. A marca oferece reembolso integral a clientes, mesmo para produtos abertos.
Outros itens da linha, como Fellow Determinado e Fellow Sensual, permanecem disponíveis. Eles não apresentam as mesmas irregularidades detectadas.
Orientações aos consumidores
Consumidores que compraram o produto devem interromper o uso imediatamente. Procure reembolso nos pontos de venda ou diretamente com a Cafellow.
- Verifique rótulos para ingredientes listados e alegações de saúde.
- Prefira produtos com registro na Anvisa, consultável no site oficial.
- Denuncie irregularidades via plataforma Fala.BR do governo federal.
Essas ações evitam riscos associados a substâncias não testadas. A agência reforça a importância da rotulagem clara.
Contexto de fiscalizações em cafés
A proibição ocorre após a operação Café Fake, em maio e junho de 2025. Essa iniciativa identificou toxinas como ocratoxina A em marcas adulteradas.
- Foram inspecionados supermercados em todo o país.
- Resultados revelaram impurezas acima dos limites legais.
- Medidas semelhantes afetaram outros produtos alimentícios.
A Anvisa intensificou ações contra aditivos indevidos. Em 2025, mais de 20 resoluções trataram de recalls em bebidas.
O setor de cafés registra crescimento de 5% nas vendas anuais, segundo dados do Ministério da Agricultura. Fiscalizações garantem conformidade.
Procedimentos para denúncias
Suspeitas de irregularidades podem ser reportadas anonimamente. A plataforma Fala.BR facilita o registro de queixas sobre produtos sanitários.
Acesse o portal com CPF ou e-mail. Descreva o item, local de compra e evidências, como fotos do rótulo. Respostas da agência chegam em até 30 dias. Essa ferramenta apoia a vigilância coletiva.
Empresas investigadas recebem prazos para defesa. Casos graves levam a interdições permanentes.