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Greve acaba em São Paulo

CPTM: Retomada a emissão de bilhete para desempregado

Greve acaba em São Paulo A greve de servidores da CPTM, do Metrô e da Sabesp nesta terça-feira (3) na capital paulista será encerrada às 23h59 desta terça-feira (3). A decisão foi tomada em uma assembleia encerrada por volta das 21h (veja abaixo como foi o dia).

  • 2.331 trabalhadores, ou quase 79%, votaram pelo encerramento da greve
  • 587 pessoas, ou 19%, votaram pela manutenção da paralisação
  • 1.161 servidores, ou 39%, votaram para que a greve não seja retomada na semana que vem
  • 34 pessoas se abstiveram de votar

Os funcionários iniciaram o movimento em protesto contra privatizações da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), Metrô e Sabesp (companhia de abastecimento de água) propostas pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

A concessão de linhas do Metrô e da CPTM à iniciativa privada e a privatização da Sabesp são promessas de campanha do governador. Esses processos ainda estão em fase de estudo.

O governador e o prefeito Ricardo Nunes (MDB) decretaram ponto facultativo nesta terça, e o rodízio de veículos foi suspenso.

Ficaram totalmente paralisadas as linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha, 15 -Prata, 10-Turquesa, 12-Safira e 13-Jade. As linhas 4-Amarela, 5-Lilás e 8-Diamante, que são geridas pela iniciativa privada, funcionaram normalmente.

As linhas 7- Rubi (de Caieiras a Luz) e 11-Coral (de Guaianases a Luz), da CPTM, funcionaram parcialmente, assim como a linha 9-Esmeralda, da ViaMobilidade, que teve problema operacional às 14h e, até a última atualização desta reportagem, não havia tido a circulação normalizada.

O que querem os grevistas

  • Ferroviários (CPTM)

A classe dos Ferroviários (CPTM) quer o cancelamento do edital de concessão da Linha 7 -Rubi para a iniciativa privada e fim das transferências de trabalhadores da CPTM para as linhas 8-Diamante e 9-Esmerald, que já foram concedidas e são, atualmente, operadas pela ViaMobilidade.

  • Metroviários (Metrô)

Realização de plebiscito oficial sobre os projetos de privatização do Metrô.

  • Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente (Sabesp)

Suspensão dos estudos para a privatização de Sabesp. À tarde, José Faggian, presidente do sindicado, afirmou que a greve da Sabesp 00h.

“Continuamos em luta. Vamos continuar aplicando plebiscito e vamos continuar mobilizando a categoria e conversando com a sociedade do prejuízo que será privatizar a Sabesp.”

  • Governador

Mais cedo, Tarcísio de Freitas disse considerar a greve “política, ilegal e abusiva”. Pelas redes sociais, Tarcísio afirmou que “é lamentável que a população de São Paulo acorde mais uma vez refém de sindicatos que manobram os trabalhadores do transporte público estritamente por interesses políticos e ideológicos”.

“Uma greve ilegal e abusiva, na qual nem mesmo a decisão da Justiça é respeitada e que tem como real objetivo promover o caos e atrapalhar a vida de quem realmente quer trabalhar por nosso Estado”.

Como foi o dia

Os passageiros encontraram os portões fechados em algumas estações de trens e metrô de São Paulo em razão da greve da categoria. Eles tiveram de enfrentar ônibus lotados para chegar aos seus destinos.

Outros viram os preços dos transportes por aplicativo triplicar por causa da paralisação.

A cidade de São Paulo registrou trânsito acima da média pela manhã por causa da greve. De acordo com a CET, o pior índice foi contabilizado às 8h, quando a cidade teve 598 km de lentidão.

Passageira tenta alternativa para conseguir chegar ao trabalho em dia de greve no metrô e CPTM

No mesmo dia e horário da semana anterior, a capital teve 566 quilômetros de congestionamento. Por volta das 7h desta terça foram registrados 443 quilômetros de filas de veículos nas vias da capital. E no mesmo horário de segunda, o índice era de 214 quilômetros.

Na Justiça, a Seção de Dissídios Coletivos do Tribunal do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) aumentou a multa caso os trabalhadores da CPTM seguissem em greve, depois da liminar concedida na sexta-feira (28/9). O valor, que era de R$ 500 mil aos três sindicatos de trabalhadores envolvidos, passou a ser de R$ 500 mil para cada cada um, totalizando R$ 1,5 milhão.

A liminar determina atuação de 100% do efetivo nos horários de pico, entre 4h e 10h, e entre 16h e 21h. No fim de tarde, o desembargador Celso Ricardo Peel Furtado de Oliveira aumentou para R$ 1 milhão a multa para o sindicato dos metroviários por falta de transporte no horário de pico.

Já na rua, a volta para casa também não foi fácil para o paulistano. A linha 9-Esmeralda, da ViaMobilidade, que estava funcionando, começou a apresentar falhas por volta de 14h e seguia parcialmente paralisada até a última atualização desta reportagem.

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