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Bolsonaro decide indicar Nestor Forster a embaixada nos EUA

TÓQUIO, JAPÃO (FOLHAPRESS) – Com a desistência de Eduardo Bolsonaro, Jair Bolsonaro decidiu indicar o encarregado de negócios Nestor Forster para o posto de embaixador do Brasil nos EUA.

O diplomata, próximo ao escritor Olavo de Carvalho e ao chanceler Ernesto Araújo, era o primeiro nome cotado para a função, mas acabou não sendo efetivado após o presidente decidir indicar seu filho.

Segundo relatos à reportagem, Bolsonaro informou a assessores presidenciais que pretende enviar a indicação do diplomata ao Senado assim que retornar ao Brasil, em novembro, e que Forster já foi sondado e avisado da intenção.

“Já temos o nome, pronto para ser anunciado, e aguardamos os próximos dias, porque depende dele aceitar o convite também”, disse. “Pode ser o Nestor Forster, um bom nome.” Em conversas reservadas, o presidente disse ainda que a afinidade ideológica de Forster com o seu governo foi determinante para a escolha.

Na recente crise ambiental, Forster disse que é “desonesto” relacionar o episódio à política do governo e chamou de “histeria injustificada” a repercussão negativa no exterior.

Na segunda (21), antes de Eduardo optar permanecer no Brasil e ser líder do PSL na Câmara dos Deputados, o presidente já havia sinalizado que o diplomata era o seu nome favorito para o posto.

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Em junho, o diplomata foi promovido a ministro de primeira classe, tornando-se apto a assumir uma embaixada.

Apesar da proximidade com Olavo, Forster não faz parte da nova safra de “olavetes”. Mesmo quando o embaixador Sergio Amaral ainda estava no cargo, Nestor já era bem ativo na embaixada. Quando Bolsonaro visitou Donald Trump, em março, Amaral organizou um jantar para convidados em torno do líder brasileiro, na maioria membros do establishment de Washington. Teve que desconvidar todo mundo. Nestor, então, formulou uma lista mais afinada ideologicamente com o bolsonarismo e realizou a chamada “Santa Ceia da Direita”.

Desde abril, quando Amaral foi removido para São Paulo, Forster teve participações em reuniões importantes do governo brasileiro nos EUA.

A aposta do governo brasileiro é a de que, por ser um diplomata de carreira, Forster não terá dificuldades de ser aprovado em sabatina do Senado. Além disso, sua proximidade com políticos do Partido Republicano deve facilitar a obtenção do agrément pelo governo americano.

No início do mandato de Bolsonaro, Forster chegou a ter nomeação para chefe de gabinete do chanceler publicada no Diário Oficial da União, que foi revista para ele assumisr o posto na embaixada.

Ele já teve passagens anteriores pela embaixada dos EUA e atuou nas representações da Costa Rica e do Canadá.