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Ministro diz que é impossível prever valor da Eletrobras em privatização

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou nesta segunda-feira (25) que não tem como saber qual será o valor da Eletrobras no segundo semestre de 2020, quando está prevista a privatização da companhia. O governo Jair Bolsonaro pretende arrecadar R$ 16,2 bilhões com a capitalização da empresa.
“Prever quanto vai arrecadar é muito difícil. Evidentemente que no próprio ordenamento jurídico quando formula um projeto de lei orçamentária você apresenta dados calculados, e esse valor foi R$ 16,2 bilhões. Agora, quanto vai valer no segundo semestre de 2020 é impossível se prever”, disse o ministro, em evento na FGV, no Rio de Janeiro.
Albuquerque ainda evitou garantir que a capitalização da Eletrobras ocorra de fato no segundo semestre do próximo ano, como quer o governo.
“Essa é a previsão do governo, mas o Congresso Nacional tem sua própria dinâmica. Nós trabalhamos junto à liderança da Câmara dos Deputados apresentando o projeto antes mesmo de encaminhar e iniciamos semana passada esse trabalho junto ao Senado. Nós acreditamos que com as informações e com os esclarecimentos prestados, esse projeto de lei poderá ter uma tramitação mais célere do que o normal”, apontou o ministro.
O presidente Jair Bolsonaro assinou no último dia 5 de novembro o projeto de lei que prevê a capitalização da Eletrobras.  O projeto prevê a revogação de um dispositivo legal para que a estatal seja incluída no PND (Plano Nacional de Desestatização), abrindo caminho para que a venda das ações ao mercado possa ocorrer no próximo ano. 
Segundo a previsão no Orçamento da União, essa operação pode render cerca de R$ 16,2 bilhões no próximo ano. E o ministro de Minas e Energia acredita que o mercado deve esperar para ver qual realmente será o valor da empresa no segundo semestre de 2020.
“O mercado precisa esperar. Da mesma forma que não quero dizer quanto ela vale hoje, o mercado também não pode achar, ela vai valer o que vale efetivamente”, afirmou Bento Albuquerque.
Realizada a venda das ações em Bolsa da Eletrobras, a União deverá perder o controle da empresa. A expectativa do governo é ficar com algo entre 30% e 40% da companhia.
“O país necessita da Eletrobras, mas não da Eletrobras de hoje, fadada a acabar por falta de investimentos. Precisamos capitalizar essa empresa para que ela possa exercer um importante papel no setor elétrico, tanto na geração quanto transmissão, e isso só será possível se a empresa for capitalizada”, defendeu Bento Albuquerque.

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