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Bap diz que não teve relação com demissão de Pelaipe no Flamengo

RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – Nome que esteve no centro das atenções do Flamengo nos últimos dias, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, vice-presidente de relações externas do clube, negou ter sido o principal articulador da demissão de Paulo Pelaipe, agora ex-gerente de futebol rubro-negro.
Segundo ele, a decisão foi tomada pelo presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, por causa de um acontecimento em Doha, no Qatar, durante a disputa do Mundial de Clubes na última temporada. Bap, no entanto, não detalhou o ocorrido que motivou a demissão.
“Ainda que eu tenha concordado com o presidente, não tive nada a ver com a saída [do Pelaipe]. Concordei porque era irrefutável o argumento. Eu trouxe o Pelaipe em 2012 e trouxe de volta em 2019. Foi um processo de convencimento de que ele teria de voltar, mesmo que em um papel diferente do de 2012. Eu não tive ingerência na decisão, mas concordo com a decisão do presidente Landim”, disse, em entrevista ao Fox Sports, nesta quarta-feira (8).
“O que aconteceu em Doha foi discutido. Não vou entrar em detalhes. O entendimento foi que, no papel que tinha, não podia ter topado com uma determinada situação como conduziu. [O Landim] Entendeu que, ali, tinha um problema e tomou a decisão”.
Demitido na segunda (6), Pelaipe foi comunicado da saída por e-mail. A justificativa, não detalhada publicamente por Bap, foi a controvérsia sobre o pagamento de parte das premiações pelos títulos do Campeonato Brasileiro e da Taça Libertadores de 2019 para funcionários do departamento de futebol.
Um dia antes da decisão do Mundial de Clubes, em dezembro, o então gerente fez uma cobrança a Landim para que os prêmios fossem pagos.
Jogadores considerados líderes do elenco, como Diego, Everton Ribeiro e Rafinha, também estavam presentes na reunião. Os atletas haviam chegado ao consenso de que uma parte dos R$ 13,8 milhões destinados ao grupo teria de ser repassada aos funcionários.
Landim queria rediscutir essa divisão e argumentou que os empregados não haviam ganhado nenhum título. O presidente também acredita que foi o ex-gerente quem vazou o assunto à imprensa.
Articulada por Bap, a demissão do gerente teve como objetivo final desgastar o vice-presidente de futebol do Flamengo, Marcos Braz, face mais visível da diretoria em meio aos títulos recentes e que pode se credenciar a ser candidato no próximo pleito presidencial.
Braz é apoiado por Pelaipe e pelo diretor de futebol, Bruno Spindel. À Fox Sports, no entanto, Bap fez questão de garantir que tem uma boa relação com o vice de futebol e salientou ter sido um dos maiores apoiadores da união da chapa de Landim a Braz.
“Eu tenho uma ótima relação com o Marcos Braz, isso não quer dizer que concordamos em tudo. Em casa, você não concorda sempre com sua mulher, com seus filhos. Eu apoiei a aproximação junto ao Braz e cheguei a ser criticado na época pelas velhas raposas. Eu entendia que ele podia se juntar a nós e fazer o ‘1 + 1 = 3’. Temos qualidades que se encaixavam. Se achássemos uma forma de atuar em conjunto, o 1 + 1 podia dar 3. O Flamengo teve seu melhor ano em 39 anos. Em que pese uma ou outra diferença… Vamos concordar e discordar, só não pode ter discórdia. E não há discórdia no Flamengo”, afirmou.

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