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Duas semanas após massacre, Canadá proíbe armas de estilo militar

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Cerca de duas semanas depois do pior ataque a tiros na história do Canadá, o governo anunciou nesta sexta (1º) a proibição de mais de 1.500 modelos de fuzis de calibre militar no país.
“Essas armas foram projetadas para um único objetivo: matar o maior número de pessoas o mais rapidamente possível. E elas não têm uso ou lugar no Canadá”, disse o premiê Justin Trudeau durante entrevista coletiva na qual divulgou a medida, que entrou em vigor imediatamente.
No assassinato em massa ocorrido no mês passado, na província da Nova Escócia, que deixou 22 mortos, o atirador usou carro e uniforme modificados para se parecerem com os da polícia. Assim, matou conhecidos e estranhos em um período de 12 horas.
Ele foi morto pelos agentes de segurança.
A polícia afirmou que o atirador tinha diversas armas semiautomáticas de mão e ao menos dois rifles, um dos quais foi descrito por uma testemunha como sendo do tipo militar.
Pela norma que entrou em vigor nesta sexta, é proibido comprar, vender, transportar, importar ou usar armas de estilo militar. “Você não precisa de um AR-15 para abater um veado”, completou o premiê.
Quem quiser descartar uma arma que possua terá um período de dois anos para fazê-lo. Trudeau afirmou que alguma forma de compensação será anunciada, mas não deu detalhes.
O primeiro-ministro canadense acrescentou que “pensamentos e orações” para as vítimas de massacres não eram suficientes e por isso seu governo agiu.
Entre as armas proibidas estão o fuzil AR-15, usado por um atirador para matar 26 adultos e crianças no massacre de Sandy Hook, em 2012, nos Estados Unidos, e os rifles de assalto M4, M14 e M16.
Outras armas da lista incluem o rifle Ruger Mini-14, usado em um tiroteio em massa em 1989 em Montreal, no qual 14 mulheres foram mortas, bem como carabinas CZ Scorpion, Beretta CX4 Storm e Swiss Arms Classic Green.
A nova proibição reforça ainda mais os controles de armas que já eram mais rigorosos do que os dos Estados Unidos.
Até o ataque em abril, o pior assassinato em massa tinha ocorrido em dezembro de 1989, quando um homem armado matou 15 pessoas em Montreal.

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