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Fugindo do frio do sul do país, aves migratórias chegam a SP

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Apesar dos dias frios em São Paulo, que anteciparam o clima de inverno, há quem viaje quilômetros para passar uns meses na cidade.
Enquanto boa parte dos humanos estão em quarentena, muitas aves migram em busca de temperaturas mais amenas e alimento, explica o biólogo e ornitólogo (especialista em aves) Fabio Schunck. O processo dura em torno de dois meses, e termina com o retorno dos animais para o lugar de origem e o início de um novo período reprodutivo.
Algumas espécies deixam São Paulo em direção à região Norte durante o inverno, como a tesourinha (Tyrannus savana) e o suiriri (Tyrannus melancholicus). Já outras, vindas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, se refugiam por algumas semanas na região Sudeste.
É o caso dos marrecões (Netta peposaca), que migram em bando para São Paulo. “Já registramos grupos com mais de 40 marrecões na represa de Guarapiranga [na zona sul da cidade de São Paulo] no inverno”, conta Schunck. O macho é preto e cinza, com um bico vermelho bem chamativo, e a fêmea é marrom.
Uma companhia comum dos marrecões é a marreca-pardinha (Anas flavirostris), que também migra em grupo vinda do sul do país.
Outra espécie que costuma bater cartão em São Paulo –há registro de sua presença no inverno da cidade desde 1957– é o verão (Pyrocephalus rubinus), também conhecido como príncipe, visto em casais ou pequenos grupos familiares. O macho é vermelho, e a fêmea e o jovem são cinza.
Apesar de ser um visitante do Brasil nos meses mais frios, ele retorna à Argentina para se reproduzir no período mais quente do ano, o que explica ser chamado de ‘verão’ pelos argentinos.
Em alguns anos, explica Schunck, é possível registrar num mesmo período as aves residentes (que ficam o ano todo no mesmo lugar), as migratórias de inverno (avistadas entre maio e julho) e as migratórias do verão, que chegam em agosto e ficam até março e abril.

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