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BH levanta possibilidade de lockdown em meio a ascensão da curva na pandemia

BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) – Com curva ascendente de casos, Belo Horizonte não irá prosseguir com a flexibilização iniciada no dia 25 de maio e há possibilidade de decreto de lockdown a depender da evolução dos números na próxima semana. Por enquanto, a prefeitura mantém a flexibilização no ponto em que está.
Os anúncios foram feitos nesta sexta-feira (19) pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD). Em quatro semanas, a prefeitura avançou em duas fases apenas, com decisões baseadas nas análises semanais dos números. Hoje, cerca de 93% dos empregos estão em atividade, segundo dados do Executivo municipal.
Shoppings e estabelecimentos como lojas de roupas, eletrodomésticos, bares e restaurantes seguem fechados, só podem funcionar por entregas, sem abrir as portas. A Polícia Militar irá ajudar na fiscalização que já era feita pela Guarda Municipal.
“Isso não quer dizer que na sexta-feira que vem nós não fechemos a cidade inteira. Se essa máscara continuar no queixo, se os churrascos continuarem acontecendo, as reuniões. Nós aqui não temos o menor problema de fechar a cidade, desde que seguido o protocolo feito em 18 de março”, afirmou Kalil.
A capital tem 3.789 casos confirmados e 90 mortes, segundo o boletim da Secretaria Estadual de Saúde desta sexta. O número médio de transmissão por infectado é de 1.13 (o ideal é abaixo de 1), o que coloca em situação de alerta. A taxa de ocupação de leitos de UTI reservados para a Covid-19 é de 78,2% na rede municipal.
“Nós vimos essa curva começar a crescer no dia 17 de maio e só flexibilizamos no dia 25 porque as condições de leitos, de ofertas de leitos, assim o permitiam. Com muita responsabilidade, com muita cautela, estamos monitorando todos os dias esses indicadores para decidir o que fazer daí para frente”, afirmou o secretário municipal de saúde, Jackson Machado Pinto.
Kalil respondeu ainda à fala do secretário geral de Estado, Mateus Simões, que criticou as prefeituras pela ascensão de casos e cobrou adesão ao programa Minas Consciente, protocolos desenvolvidos para orientar a flexibilização. Sem adesão obrigatória, entre 853 municípios mineiros só 148 aderiram ao plano.
Simões afirmou na quarta-feira que a região metropolitana e a capital estão no centro das preocupações do estado e creditou o agravamento da curva nas últimas semanas às decisões de reabertura “divorciadas” dos protocolos do governo Zema.
BH desenvolveu um plano próprio, que considerou pontos do plano estadual. A cidade também saiu poucos dias na frente do estado em medidas restritivas para contenção da pandemia. Na época, Kalil publicou nas redes sociais o anúncio dizendo que Romeu Zema (Novo) havia recuado em uma conversa entre eles e que a capital tomaria “medidas solitárias”.

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