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Executor do regime Khmer Vermelho no Camboja morre aos 77 anos

Por Prak Chan Thul

PHNOM PENH (Reuters) – O comandante do Khmer Vermelho conhecido como Camarada Duch, principal carrasco de Pol Pot e chefe da segurança que supervisionou o assassinato de pelo menos 14 mil cambojanos na notória prisão de Tuol Sleng, morreu nesta quarta-feira aos 77 anos.

Kaing Guek Eav, ou Camarada Duch, foi o primeiro membro da liderança do Khmer Vermelho a enfrentar julgamento por seu papel em um regime acusado de pelo menos 1,7 milhão de mortes nos “campos de morte” do Camboja de 1975 a 1979.

Duch morreu às 00h52 (horário local) no Khmer Soviet Friendship Hospital em Phnom Penh, disse Neth Pheaktra, porta-voz de um tribunal criado para processar os principais líderes do Khmer Vermelho.

Ele não deu detalhes da causa, mas Duch esteve doente nos últimos anos.

Em 2010, o tribunal apoiado pela ONU o considerou culpado de assassinato em massa, tortura e crimes contra a humanidade na prisão de Tuol Sleng, uma ex-escola secundária de Phnom Penh que ainda permanece como um memorial às atrocidades cometidas no interior.

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Duch foi condenado à prisão perpétua dois anos depois que seu recurso, sob o fundamento de que ele era apenas um funcionário subalterno obedecendo a ordens, foi rejeitado. Ele –na época de seu julgamento, um cristão renascido– expressou arrependimento por seus crimes.

Em um comentário no Twitter, o embaixador dos Estados Unidos no Camboja, W. Patrick Murphy, chamou a sentença de Duch de “um marco para garantir a responsabilidade”.

Não houve reação imediata do governo do primeiro-ministro Hun Sen, um ex-membro do Khmer Vermelho que se rebelou, fugiu para o Vietnã e, mais tarde, ajudou a tirá-los do poder.

(Texto e reportagem adicional de James Pearson)