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Cerca 38 milhões brasileiros ficarão sem dinheiro ao fim Auxílio R$ 300

Cerca 38 milhões brasileiros ficarão sem dinheiro ao fim Auxílio R$ 300. O fim do auxílio emergencial em dezembro deve deixar cerca de 38 milhões de brasileiros sem assistência, estima estudo da FGV (Fundação Getulio Vargas). Chamados de “invisíveis” pelo ministro Paulo Guedes (Economia), são em sua maioria pessoas de baixa renda, pouca escolaridade e informais.

Para os pesquisadores, o quadro reforça a urgência de o governo definir os rumos da política de assistência social após o término do auxílio, com uma estratégia clara, recursos ampliados e a definição de fontes de financiamento permanentes.

Segundo estudo dos pesquisadores Lauro Gonzalez, Bruno Barreira e Leonardo José Pereira, os 38 milhões correspondem ao número de pessoas que receberam a primeira parcela do auxílio “”de um total de 67 milhões””, mas não estão inscritas no Cadastro Único e não receberão o Bolsa Família quando a transferência emergencial for encerrada.

SÃO PAULO, SP – 08.09.2020: CALENDÁRIO AUXILIO EMERGENCIAL 300 REAIS – A parcela reduzida do auxílio emergencial de R$ 300, começará a ser paga a partir do dia 17 de setembro aos beneficiários do Bolsa Família, seguindo o calendário do programa federal divulgado no início do ano. (Foto: Aloisio Mauricio /Fotoarena/Folhapress) ORG XMIT: 1961770

Eles representam 61% da parcela da população que recebeu o auxílio emergencial. Mais da metade desses trabalhadores (64%) são informais, 74% deles têm renda até R$ 1.254 e são em sua maioria pessoas de baixa escolaridade, com no máximo ensino fundamental (55%).

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O estudo não diferencia, porém, a parcela da população que recebeu o auxílio sem ter direito. Segundo relatório do TCU (Tribunal de Contas da União) de agosto, 6,4 milhões estavam nessa situação, incluindo militares e funcionários públicos.

O levantamento da FGV foi feito a partir dos dados referentes ao mês de agosto da Pnad Covid-19, pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para mensurar os efeitos da pandemia sobre o mercado de trabalho e a saúde.

“Vivemos uma era marcada pela economia do bico, pelo aumento da informalidade, por rendas que são tipicamente variáveis, e não constantes”, afirma o pesquisador Gonzalez. (Folha)