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Chuva soterra casas em Embu das Artes e mata ao menos 5 pessoas da mesma família

EMBU DAS ARTES, SP (FOLHAPRESS) – Ao menos cinco pessoas de uma mesma família morreram soterradas por causa da chuva da noite de terça (29), em Embu da Artes, na Grande São Paulo. Um bebê de 1 ano e 5 meses ainda era procurado até a conclusão desta edição.

A casa onde a família estava, na rua Pégaso, Jardim do Colégio, desabou por causa da força da água. De acordo com a Defesa Civil, outras três residências desabaram. Ao todo, 30 imóveis foram interditados.

Os primeiros corpos encontrados foram os de Jaqueline Santos Gomes, 25, e os de três filhos dela, de 8 meses, 5 e 7 anos. No fim da tarde, os bombeiros localizaram Zenaide Marcelino Gomes, 55, avó das crianças.

Um homem de 56 anos também morreu ao ser levado pela enxurrada, quando tentava limpar um bueiro.

Segundo a Defesa Civil, a chuva e o forte vento provocaram pontos de alagamento nos bairros Jardim Vazame, Jardim Casa Branca, Jardim do Colégio, Jardim Independência e Jardim Santo Eduardo.

Dois filhos de Zenaide que estavam em frente ao imóvel no momento do deslizamento não se feriram e não quiseram falar com a reportagem.

“Houve um soterramento, deixando poucas possibilidades de fendas [onde possam entrar correntes de ar], para que as vítimas possam respirar”, explicou o coronel Jefferson de Mello, porta-voz dos Bombeiros.

Segundo o coronel, o bebê de 1 ano e 5 meses que ainda é procurado também é filho de Jaqueline e neto de Zenaide. A criança tinha um irmão gêmeo, que estava com o pai em outro local no momento do deslizamento, e passa bem.

O volume de terra que desbarrancou, ainda de acordo com o bombeiro, cobriu a casa onde as vítimas estavam com aproximadamente dois metros de terra, que foi retirada manualmente para o encontro dos corpos.

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A assistente social Denilsa de Moura, 41, fazia uma chamada de vídeo com parentes quando sentiu as paredes de sua casa tremerem, por volta das 21h30 de terça. Chovia forte no momento.

“Ouvi um estrondo muito alto, parecia uma explosão”, afirmou, se referindo a dois deslizamentos de terra.

Denilsa mora a três casas da casa da família soterrada. Antes do deslizamento, a assistente social afirma ter ido a um sacolão com a filha de 16 anos. “Quando voltamos [para a comunidade], não dava para entrar, pois a viela de acesso estava alagada por causa de um córrego que transbordou”, diz.

Tiveram de esperar cerca de 20 minutos, até o nível da água abaixar e conseguirem ir para casa. Logo depois houve o deslizamento. “Assim que ouvimos o estrondo, corremos para o portão e vimos tudo desbarrancado, parecia cena de filme”, afirmou.

Moradores começaram a usar baldes e as próprias mãos para tentar desenterrar os vizinhos. “As pessoas tentaram ajudar até os bombeiros chegarem [por volta das 22h]”, disse Denilsa.

Com a chegada de socorristas, a área foi isolada e cerca de 40 famílias foram retiradas do entorno do local onde houve o deslizamento, conforme afirmado pelo coronel Jefferson de Mello.

Na cidade de São Paulo, a chuva também provocou estragos na noite de terça, principalmente na região do Morumbi, na zona oeste, e no Campo Limpo, na zona sul. Segundo os bombeiros, foram 76 chamados para queda de árvores na capital paulista e na Grande São Paulo.

De acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), há chances de chuva novamente nesta quarta, principalmente à noite, na cidade de São Paulo. O órgão federal alerta para o risco de temporal para a região de Embu das Artes. Nesta quinta (31) e na virada do ano também há previsão de chuva na capital paulista.