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Em início de julgamento do impeachment de Trump, democrata diz que caso se baseia em ‘fatos concretos’

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O julgamento do processo de impeachment contra Donald Trump começou nesta terça-feira (9) no mesmo palco da ação que o gerou: o Capitólio, sede do Legislativo americano, invadido por apoiadores do republicano após um discurso do então presidente, em 6 de janeiro.

O dia no Senado começou com a aprovação das regras para o julgamento, estabelecendo os procedimentos para um confronto político e legal que deve ocorrer na próxima semana. A votação foi de 89 a favor a 11 contra o regulamento, com oposição de republicanos apoiadores de Trump, embora as normas tenham sido aceitas pelo senador Mitch McConnell e outros líderes do partido.

Depois disso, acusação e defesa abriram quatro horas de discussões sobre a constitucionalidade do processo, uma vez que o republicano já deixou a Casa Branca.

Jamie Raskin, deputado por Maryland que lidera o grupo, afirmou ao Senado que não se deve esperar longos sermões, pois “nosso caso se baseia em fatos concretos”. O democrata refutou os argumentos dos advogados de Trump de que o ex-presidente não deveria sofrer impeachment porque não está mais no cargo.

“O argumento deles é que, se você cometer crimes passíveis de impeachment nas últimas semanas de governo, terá impunidade constitucional. Você se safa.” Para o deputado, não existe uma “exceção do mês de janeiro” na Constituição, em referência aos últimos dias de um presidente no cargo antes da troca de poder.

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Em seguida, Raskin mostrou um vídeo com imagens da invasão do Congresso pelos apoiadores de Trump, no dia 6 de janeiro.

A linha da defesa dos advogados do ex-presidente, segundo relatório apresentado nesta segunda-feira (8), é alegar que o processo é um “teatro político” contra o republicano, que ele não tem responsabilidade sobre o ataque ao Capitólio e que o julgamento de um ex-presidente é inconstitucional.

No documento, eles dizem também que o discurso de Trump “não direcionou ninguém a cometer ações ilegais” e que ele não merece culpa pela conduta “de um pequeno grupo de criminosos”.

Se o Senado votar que o julgamento está de acordo com a Constituição, a promotoria abrirá formalmente o caso nesta quarta-feira (10).