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População da China cresce mais devagar e atinge 1,41 bilhão de pessoas em 2020

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governo da China revelou os dados de seu censo na manhã desta terça (11) na hora local (noite de segunda no Brasil). O país somou 1,411 bilhão de habitantes na China continental em 2020, 72 milhões a mais do que em 2010.

O censo é feito a cada dez anos pelo Departamento Nacional de Estatísticas. Esta edição envolveu o trabalho de mais de 7 milhões de funcionários. A pesquisa foi feita entre novembro e dezembro de 2020. Parte dos dados foi coletada de modo online: moradores puderam escanear QR codes e prencher os formulários usando celulares.

No último levantamento, de 2010, o país tinha 1,339 bilhão de habitantes. Com isso, o crescimento anual médio entre 2011 e 2020 foi de 0,53%. Na década anterior (2001-2010), essa taxa havia sido de 0,57%. Segundo o jornal The New York Times, é a menor taxa de crescimento desde a década de 1960.

O total de maiores de 60 anos na população subiu 5,4 pontos percentuais na última década, enquanto o de crianças e adolescentes de até 14 anos aumentou 1,3 ponto percentual. Com isso, a população se divide atualmente em 18,7% de idosos, 17,95% com até 14 anos de idade e 63,35% com idade entre 15 e 59 anos.

Em dez anos, as cidades ganharam 236 milhões de habitantes, e a total da população que vive em cidades aumentou 14 pontos percentuais, atingindo 63,89%.

Na educação, o país elevou a taxa de adultos que foram à universidade: o índice passou de 8.9 para 15,4 a cada 100 habitantes. E o analfabetismo caiu de 4% para 2% do total.

O governo considera apenas a China continental em seus cálculos principais e soma outras regiões de modo separado, como Hong Kong (mais 371 mil habitantes), Macau (55 mil) e Taiwan (157 mil). O censo apontou, ainda, que há 845 mil estrangeiros vivendo em toda a China.

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O governo chinês havia contestado, no fim de abril, uma reportagem do Financial Times que apontava que haveria encolhimento no número de habitantes na China, pela primeira vez em décadas.

A China tinha cerca de 540 milhões de habitantes no começo dos anos 1950. Em menos de 30 anos, a população dobrou e atingiu 1 bilhão no começo da década de 1980.

Em seguida, com uma política rígida de controle de natalidade, que permitia apenas um filho por casal em muitos casos, o crescimento populacional foi contido. Estima-se que a medida tenha impedido o nascimento de cerca de 400 milhões de pessoas desde sua aplicação, a partir de 1979.

Casais que descumpriam as restrições estavam sujeitos a penas como pagamento de altas multas e perda de emprego, e havia denúncias de medidas mais duras de repressão à natalidade, como esterilizações e abortos forçados.

No entanto, em 2016, o governo chinês suspendeu a política do filho único e passou a estimular que cada família tenha dois filhos. A meta estabelecida por Pequim em 2016 era superar 1,42 bilhão de habitantes em 2020.

Em fevereiro deste ano, o Ministério da Segurança Pública chinês divulgou números que apontavam queda no número de recém-nascidos. Segundo os dados, houve 11,79 milhões de nascimentos em 2019 e, em 2020, esse número caiu para 10,035 milhões.